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Foto: Reprodução/Internet

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, chegou a Paris nesta terça-feira (9) para uma visita de cinco dias, que buscará concluir o processo de reconciliação com a França, depois da crise dos submarinos envolvendo a Austrália.

O avião Air Force 2 com a vice-presidente aterrissou por volta das 10h (6h em Brasília) no aeroporto de Orly, ao sul da capital. Nesta terça-feira, Kamala deve visitar pesquisadores que trabalham em projetos sobre a Covid-19 no Instituto Pasteur.

Amanhã à tarde, ela irá se reunir com o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, para tratar, entre outros assuntos, de “segurança europeia, Indo-Pacífico, saúde em nível global”, informou a Casa Branca. Kamala, que viaja acompanhada de seu marido, Doug Emhoff, fará no mesmo dia uma visita ao cemitério militar americano, em Suresnes, município da região oeste parisiense, que abriga o Memorial da Segunda Guerra Mundial.

Já no dia 11 de novembro, Kamala comparece à cerimônia de comemoração do Armistício de 1918, que pôs fim à Primeira Guerra. Depois, ela participa do Fórum de Paris sobre a Paz. Seu retorno está previsto para 13 de novembro.

“Traição do século”

Em meados de setembro, o anúncio de uma parceria estratégica entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido provocou uma grave crise diplomática entre Washington e Paris. O governo australiano abandonou um contrato bilionário de compra de submarinos que havia assinado com a França, em 2016. O acordo previa o fornecimento de 12 submarinos convencionais para Camberra, movidos a diesel e eletricidade. Mas o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, acabou negociando sigilosamente a compra de submarinos de propulsão nuclear dos Estados Unidos, passando a França para trás. A nova aliança, denominada Aukus – sigla das iniciais em inglês dos três países pactuados na “traição do século”, como mencionou a imprensa francesa – visa a rivalizar com a China na região do Indo-Pacífico.

A longa visita de Kamala à França indica o desejo do presidente Joe Biden de virar a página desse litígio que estremeceu os aliados. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, antecederam Kamala na ofensiva diplomática e vieram a Paris para acalmar a tensão.

Há dez dias, Biden chegou a se encontrar com Macron, na embaixada da França na Santa Sé, na Itália, onde selaram sua reconciliação à margem da reunião de cúpula do G20, em Roma. A nota oficial dessa reunião bilateral citava que França e Estados Unidos também iriam reforçar a cooperação espacial.

Com informações da RFI e AFP