© Ludovic Marin O chanceler austríaco, Sebastian Kurz

 

Os Verdes austríacos, sócio minoritário dos conservadores no poder, questionaram a capacidade de Sebastian Kurz de continuar sua função como chanceler, após seu envolvimento em uma questão de corrupção, mas não exigiram abertamente sua renúncia.

O vice-chanceler e líder dos Verdes, Werner Kogler, considerou que “a capacidade do chanceler de agir com eficácia está sendo questionada”, após a abertura de uma investigação contra ele.

Segundo a Promotoria, entre 2016 e 2018 foram publicadas na imprensa matérias de elogio e pesquisas favoráveis a Kurz em troca da compra de um espaço publicitário por parte do ministério da Fazenda, administrado naquele momento pelos conservadores.

Na quarta-feira, a Promotoria anunciou que Kurz e outros nove suspeitos, assim como três organizações, estão sendo investigados por diversos crimes relacionados a este caso, após uma série de registros realizados pela manhã, particularmente na sede do partido conservador ÖVP.

Em um comunicado, Werner Kogler estimou que “foi dado um novo passo” com esses acontecimentos que deixam uma “impressão terrível”.

Ele deve se reunir com o presidente Alexander Van der Bellen e consultar também os chefes das fileiras parlamentares dos outros partidos sobre o caminho a ser tomado.

Segundo a Promotoria, entre 2016 e 2018, “os recursos do ministério foram usados para financiar pesquisas de opinião parcialmente manipuladas que serviam a um interesse político exclusivamente partidário”, em uma época em que Sebastian Kurz ainda não era chanceler, mas participava do governo como ministro das Relações Exteriores.

O dirigente, de 35 anos, denunciou em uma declaração à AFP as “acusações inventadas” e acrescentou, em uma entrevista televisionada, que “obviamente” continuará sendo chanceler.

“Não entendo por que deveria ser responsável por qualquer ato punível”, lamentou, já que, em sua opinião, não pode ser responsabilizado pelas falhas cometidas por outros.

Com informações  da AFP