© Jane Barlow Sturgeon, cuja popularidade cresceu devido ao Brexit e à sua gestão da pandemia, quer realizar o novo referendo no final de 2023, assim que acabar a crise provocada pela covid-19

A primeira-ministra da Escócia, a independentista Nicola Sturgeon, pediu nesta segunda-feira (13) ao governo britânico de Boris Johnson para mostrar “espírito de cooperação” e autorizar a celebração de um novo referendo de autodeterminação nesta nação de 5,5 milhões de habitantes.

No discurso de encerramento da conferência anual de seu partido, o Partido Nacional Escocês (SNP), Sturgeon afirmou que sua “abordagem de governo e da política será, na medida do possível, cooperativa e não de confronto”.

“Com esse espírito de cooperação, espero que os governos escocês e britânico possam chegar a um acordo – como fizemos em 2014 – para permitir que os desejos democráticos do povo escocês sejam ouvidos e respeitados”, afirmou, referindo-se a uma consulta anterior em que 55% votou para permanecer no Reino Unido.

Sturgeon, cuja popularidade cresceu devido ao Brexit e à sua gestão da pandemia, quer realizar o novo referendo no final de 2023, assim que acabar a crise provocada pela covid-19.

Seu partido ganhou as eleições regionais em maio e saiu para governar com os ambientalistas, que também apoiam um referendo.

Mas o primeiro-ministro Johnson, que tem a última palavra sobre se vai permitir essa consulta, se opõe firmemente a isso, argumentando que um referendo já foi realizado há sete anos.

O SNP alega que o Brexit mudou a situação, já que 62% dos escoceses votaram contra, mas a nação acabou saindo da União Europeia com o resto do país contra seu desejo.

Nesta segunda-feira, Sturgeon denunciou o impacto da saída da UE, apontando o “aumento dos custos para os fabricantes”, a “escassez de certos alimentos” e a “escassez da mão de obra em muitos setores” devido “à combinação da pandemia e uma política de imigração profundamente hostil”.

Seu partido espera que a Escócia possa voltar a fazer parte da UE como Estado independente.

Não corresponde a um governo em Londres “decidir o nosso futuro sem o consentimento das pessoas que vivem aqui”, afirmou.

Com informações da AFP