© Ansa Brasil Najib Mikati teve seu governo aprovado pelo Parlamento
(ANSA) – O Parlamento do Líbano concedeu um voto de confiança ao novo governo guiado pelo premiê Najib Mikati nesta segunda-feira (20) e pôs fim aos 13 meses de crise política instaurada no país.
A sessão para aprovação foi bastante longa, durando cerca de oito horas, e a votação ficou em 85 votos favoráveis e 15 contrários. Inclusive, durante a sessão, um dos problemas mais recorrentes do Líbano apareceu: um longo apagão interrompeu os trabalhos de discussão.
O resultado foi anunciado pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, e Mikati prometeu ao lado dos políticos de seu Gabinete que vai estabilizar a nação e convocar eleições “com rapidez”. A princípio, o pleito está marcado para maio de 2022.
O anúncio da formação do novo governo de Mikati, e a consequente aprovação dos nomes pelo presidente, Michel Aoun, foi feito no dia 10 de setembro. O novo primeiro-ministro, um empresário bilionário já acusado por corrupção e nepotismo, voltou ao cargo pela terceira vez após governos entre 2004 e 2005 e entre 2011 a 2014.
A crise política libanesa se arrasta há anos, mas ficou mais grave após a explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto do ano passado, que culminou com a morte de mais de 220 pessoas e danos bilionários para o país.
Após o desastre, o então premiê Hassan Diab renunciou à função. Ele responde por crimes no incidente, mas a mídia local informou que ele recentemente fugiu para os Estados Unidos.
Para seu lugar, Aoun indicou o ex-embaixador do país em Berlim Mustapha Adib, mas o diplomata não ficou nem um mês na posição.
Na sequência, foi indicado o ex-premiê Saad Hariri, que aparentava ter o apoio das forças políticas e religiosas que comandam o país. No entanto, em 15 de julho deste ano, após a segunda tentativa de formação de Gabinete, Hariri anunciou sua renúncia por divergências com Aoun.
Em 28 de julho, então, o presidente indicou Mikati para tentar formar o novo governo, fato que conseguiu no dia 10 de setembro.
Além das brigas políticas, o Líbano possui um sistema que prevê a divisão de cargos entre islâmicos e cristãos. Por conta do sectarismo, o presidente deve ser sempre um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento um muçulmano xiita. Já os parlamentares e os ministros devem ser divididos em 50% cristãos e 50% muçulmanos.
Com informações da ANSA