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O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas denunciou nesta sexta-feira (10), que o Talibã, grupo fundamentalista que voltou a controlar o Afeganistão no meio de agosto, tem respondido com violência crescente às manifestações contrárias ao novo governo no país da Ásia Central. De acordo com o relatório assinado pela porta-voz da pasta, Ravina Shamdasani, o uso de munição real, cassetete e chicotes está entre as repressões cometidas pelos fundamentalistas.

O temor é de que, após uma nota emitida na última quarta-feira (8), proibindo todas as reuniões não autorizadas e cortando o serviço de internet móvel em áreas da capital, a resposta do grupo se torne ainda mais intensa. “Mulheres e homens do Afeganistão tomaram as ruas neste momento de grande incerteza para exigir pacificamente que seus direitos humanos sejam respeitados, incluindo os das mulheres afegãs de trabalhar, se locomover, ter direito à educação e participar da política”, disse Shamdasani.

A representante do órgão afirmou que os líderes governamentais precisam ouvir as vozes de quem não está no poder e pediu que o uso da força e as detenções arbitrárias sejam imediatamente cessadas. A estimativa internacional é de que pelo menos duas pessoas tenham morrido nos primeiros dias de protesto, entre 15 e 19 de agosto.

Pelo menos dois outros homens foram assassinados e outros sete ficaram feridos em um protesto na última terça-feira (7), na cidade de Herat. Na ocasião, pelo menos 15 jornalistas foram espancados e presos ao tentar reportar um protesto na cidade de Cabul. A porta-voz pediu que os protestos fossem protegidos pelas leis internacionais dos direitos humanos e que a liberdade de expressão fosse garantida para os cidadãos.

Com informações da Jovem Pan