A decisão é de cumprimento imediato e atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF), que investiga as acusações sem provas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro de que houve fraude em eleições passadas e de que poderá haver irregularidades na eleição de 2022 por causa das urnas eletrônicas.
Na avaliação de Salomão, o que se constata nas páginas atingidas pela decisão é a disseminação de notícias falsas ou apresentadas de forma parcial para obter vantagens político-partidárias ou financeiras.
“De fato, na maior parte do conteúdo analisado, o que se constata não é a veiculação de críticas legítimas ou a proposição de soluções para aperfeiçoar o processo eleitoral, mas o impulsionamento de denúncias e de notícias falsas acerca de fraudes no sistema eletrônico de votação.”
Ele argumentou que a prática é “extremamente nociva ao Estado democrático de Direito e, em larga escala, tem o potencial de comprometer a legitimidade das eleições, realizadas no Brasil desde 1996 em formato eletrônico com a mais absoluta segurança”.
Entre as páginas atingidas pela decisão estão o canal Terça Livre e o administrador dele, o ativista bolsonarista Allan dos Santos, o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que já foi preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), e o professor Emerson Teixeira de Andrade.
Por outro lado, o ministro não deferiu o pedido da PF, porém, para que o governo informasse quem foi o responsável por organizar uma live em que Bolsonaro fez ataques ao sistema eleitoral.
No fim de julho, Bolsonaro fez uma live para atacar as urnas eletrônicas e a segurança da eleição de 2022. Ele exibiu uma série de teorias falsas, cálculos equivocados e vídeos antigos, já verificados e desmentidos, mas que ainda circulam na internet, como supostas evidências de fraude no sistema eleitoral.
Com informações do dw.com