O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (10) um plano de infraestrutura de 1 trilhão de dólares para reformar a infraestrutura. Trata-se de uma vitória política para o presidente Joe Biden, que conseguiu formar uma rara coalizão entre democratas e republicanos.

“Hoje, provamos que a democracia ainda pode funcionar”, declarou Biden na Casa Branca. O placar de 69 votos favoráveis contra apenas 30 contrários incluiu até o líder republicano do Senado, Mitch McConnell.

A contagem forneceu um novo ímpeto para a primeira fase do programa “Build Back Better”, que promete refazer a infraestrutura americana em bases mais sustentáveis.

A vitória é creditada ao amplo espectro de intervenções previstas, que incluem a injeção de bilhões de dólares na reconstrução de estradas, ampliação da internet banda larga, assim como em sistemas de produção e distribuição de energia elétrica e água potável.

A votação também preparou o terreno para um passo ainda mais arrojado do governo democrata: o pacote de 3,5 trilhões de dólares com foco em bem-estar social.

Ele prevê, entre outras ações, a construção de creches, assistência a idosos e programas de proteção social. É esperado que só os democratas apoiem o plano.

A medida propõe quase 550 bilhões de dólares em novos gastos em cinco anos, além das atuais autorizações federais para obras públicas que atingirão praticamente todos os cantos do país — um gasto potencialmente histórico, que Biden colocou em pé de igualdade com a construção da ferrovia transcontinental e do sistema de rodovia interestadual.

Há dinheiro para reconstruir estradas e pontes, e também para proteger os litorais contra as mudanças climáticas, os sistemas de serviços públicos de ataques cibernéticos e modernizar a rede elétrica.

O transporte público ganha impulso, assim como aeroportos e ferrovias de carga. A maioria dos encanamentos de chumbo para água potável nos EUA pode ser substituída.

Senadores republicanos se opuseram ao tamanho, escopo e financiamento do pacote, particularmente preocupados depois que o Escritório de Orçamento do Congresso disse que acrescentaria 256 bilhões de dólares aos déficits ao longo da década.