Last updated on setembro 19th, 2021 at 09:14 pm
O que vem por aí na CPI da Covid
Mais de 470 requerimentos estão na fila de análise dos senadores e entre os pedidos feitos estão convocações, quebras de sigilos bancários, coleta de documentos e audiências que serão feitas até o início de novembro. Um desses novos depoimentos é a oitiva do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, tida como fundamental para desvendar a compra irregular da Covaxin e para o general da ativa explicar uma reunião que teve com empresários para a compra da Coronavac. A empresa sequer possui registro para importação de vacinas.
Além disso, a CPI também avalia pedir busca e apreensão em hospitais federais no Rio para apreender documentos que apontem a conexão entre operadores que tentaram vender vacina ao governo Bolsonaro e desvios em contratos nesses hospitais. Segundo o portal O Antagonista, o senador Flávio Bolsonaro é apontado como responsável pela nomeação dos diretores dos hospitais.
Quem vai conduzir a apuração desses contratos são os senadores Humberto Costa (PT), Eliziane Gama (Cidadania) e Simone tebet (MDB).
Nos próximos dias, o relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) deve se reunir com um grupo de juristas para ajudar o colegiado a tipificar crimes que foram identificados nesses meses de investigação parlamentar. Isso deve orientar o relatório final da CPI com os nomes que serão apontados como os principais responsáveis pela pandemia no Brasil.
Relembrando a ‘gripezinha’ e responsabilizando o presidente
Para esquentar os embates entre senadores da oposição e os governistas, Calheiros prepara um compilado de frases e declarações negacionistas do presidente Bolsonaro para relembrar as pessoas o tipo de comportamento que o chefe do Executivo adotou desde o início da pandemia.
Segundo o colunista do Metrópoles, Guilherme Amado, estarão no vídeo episódios desde a “gripezinha” até o dia em que Bolsonaro imitou, em tom de deboche, uma pessoa com falta de ar pela covid.
Neste domingo (1), o senador Otto Alencar cobrou a responsabilização de Bolsonaro pelo apoio ao tratamento precoce ao longo da pandemia. Ele se posicionou após reportagem do Estadão mostrando um estudo da consultoria LLYC, onde se constatou que Bolsonaro foi o principal influenciador do chamado “kit precoce” nas redes sociais.
Entre as mais de 20 milhões de menções a cloroquina e ivermectina no Twitter, mais de 1,85 milhão de contas foram analisadas e o pico de menções estão todos relacionados ao presidente. Ele próprio foi o principal divulgador dos remédios sem evidência científica, principalmente no início da pandemia – entre março e abril – e no ápice da crise sanitária do segundo semestre.
Alencar acredita que o levantamento pode servir como base para a responsabilização de Bolsonaro por infração de medida sanitária preventiva, crime previsto no artigo 268, do Código Penal.
Com informações da Istoé Dinheiro