SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio ao clima de insegurança por conta do aumento de casos de Covid-19 no Japão, a Vila Olímpica foi aberta às delegações nesta quarta-feira (7).

A abertura, neste momento, será principalmente para o staff dos comitês olímpicos, já que os atletas começam a chegar na próxima terça-feira (13), dez dias antes da cerimônia de abertura. O local irá abrigar atletas até 11 de agosto, três dias após a festa de encerramento, marcada para dia 8 do mesmo mês.

Os Jogos de Tóquio, que foram atrasados em um ano por causa da pandemia, serão oficialmente inaugurados no próximo dia 23. No entanto, futebol e softbol terão disputas a partir de quarta-feira (21). Nesse início de torneio, apenas o futebol feminino terá jogos em Tóquio. A seleção brasileira feminina estreia na Olimpíada no dia 21, contra a China, em Miyagi (norte do Japão).

Como prevenção contra novas infecções do novo coronavíru s, os atletas terão que limitar ao máximo a permanência na Vila Olímpica. Eles poderão chegar até cinco dias antes do início de sua competição e terão de deixar os apartamentos no máximo dois dias após participarem da Olimpíada.

Para os atletas paraolímpicos, a permanência é um pouco maior. Eles terão direito de chegar até uma semana antes de seus torneios e também terão de ir embora até dois dias após competirem. A Vila irá funcionar de 17 de agosto a 8 de setembro durante a Paraolimpíada, que tem início em 25 de agosto e vai até 6 de setembro.

No total, 18 mil pessoas irão se hospedar no local no período da Olimpíada e da Paraolimpíada. Desses, 11 mil serão atletas. Durante a permanência, todos os hóspedes terão que fazer testes diários para a Covid-19. Uma clínica foi instalada no local para casos de atletas ou membros de delegações que tenham febre ou suspeita de infecção.

O sinal de alerta foi aceso na semana passada, quando dois trabalhadores da Vila Olímpica tiveram resultado positivo para Covid-19 em teste. A dupla jantou com outros dois funcionários da Vila, o que é proibido pelas normas estabelecidas pelo Comitê Organizador de Tóquio. O caso foi revelado nesta quarta-feira pela agência Tokyo Shimbun.

Entre as delegações que já chegaram ao Japão, dois integrantes da equipe de Uganda e um remador da Sérvia também foram infectados. Os estrangeiros, porém, não chegaram a entrar na Vila Olímpica.

Para incentivar o isolamento dos atletas durante o período de competição, neste ano o comitê não irá distribuir camisinha aos competidores. Os atletas irão receber preservativos, uma tradição desde a Olimpíada de Seul-1988, mas apenas quando deixarem a Vila Olímpica.

A Vila, que é cercada pelo mar em três lados, conta com vista para a baía de Tóquio e a Ponte do Arco-Íris, um dos cartões-postais da cidade. Abriga 21 prédios residenciais. Todos são equipados com academia. Há pontos de ônibus que oferecem transporte para cada local de competição.

O refeitório principal, como é de praxe, irá funcionar 24 horas por dia e irá oferecer 45 mil refeições diárias. O cardápio terá pratos japoneses, ocidentais, asiáticos e árabes. Uma área também terá pratos mais casuais do Japão, como tempura e okonomiyaki (espécie de panqueca). O consumo de bebidas alcoólicas em grupo será proibido. Quem não cumprir a regra poderá ser multado, desclassificado das competições e até mesmo deportado.

Com informações da AFP