A farmacêutica chinesa Sinovac disse em comunicado divulgado neste domingo (18.jul.2021) que o Instituto Butantan é seu “parceiro exclusivo” e o único que pode comprar a CoronaVac, vacina contra a covid-19. O laboratório também afirmou ser “fraudulenta” a alegação de que teria autorizado a empresa World Brands S.A a negociar vacinas. Leia a íntegra do comunicado (50 KB, em inglês).
© Sérgio Lima/Poder360 Vacina CoronaVac, é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac

Na 6ª feira (16.jul), reportagem da Folha de S.Paulo revelou que o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, recebeu um grupo de empresários para negociar a possibilidade de comprar 30 milhões de doses da CoronaVac sem envolvimento do Instituto Butantan e a um preço maior. Naquele momento, o governo federal já tinha um acordo com o laboratório em São Paulo (SP) para o fornecimento de até 100 milhões de unidades da vacina desenvolvida pela chinesa SinoVac.

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A nota da Sinovac afirma que a CoronaVac foi desenvolvida, fabricada e distribuída sob sua responsabilidade. “Temos trabalhado muito com o Instituto Butantan para fornecer vacinas a preços acessíveis para o povo brasileiro”, diz o documento. A farmacêutica chinesa também declarou que “qualquer informação divulgada por qualquer empresa sem a autorização da SINOVAC não tem significado jurídico”. 

“Para atos ilegais de publicação de notícias falsas, nos reservamos o direito de tomar todas as medidas, incluindo ações legais, buscar soluções e responsabilização”, disse a Sinovac.

Segundo a Folha, os intermediadores da compra representariam a empresa World Brands Distribuidora, com sede em Itajaí (SC). Pazuello teria recebido a comitiva fora da agenda oficial. O jornal teve acesso a proposta formal que os empresários teriam apresentado ao ministério naquele dia. Seriam 30 milhões de doses por US$ 28 cada, com depósito de metade do valor total até 2 dias depois da assinatura do contrato.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado obteve um vídeo, gravado em 11 de março, em que o general do Exército apresenta uma comitiva de empresários em visita ao ministério, segundo ele liderada por um homem chamado John. Pazuello diz que o grupo foi tratar com ele sobre a possibilidade de a pasta adquirir vacinas “numa compra direta com o governo chinês” e sairia de lá “com um memorando de entendimento assinado”. O registro da reunião e a proposta foram revelados pela Folha de S.Paulo.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou ter realizado qualquer negociação de doses da Coronavac com empresários sem envolvimento do Instituto Butantan.

Em nota divulgada na 6ª (16.jul.2021) pela Secretaria de Comunicação do Planalto, Pazuello afirma que não negociou as doses com empresários em “momento algum”.  Eis a íntegra (757 KB). “Enquanto estive como Ministro da Saúde, em momento algum negociei aquisição de vacinas com empresários, fato que já foi reiteradamente informado na CPI da Pandemia e Outras Instâncias Judiciantes”, disse.

Com informações da Poder360