Last updated on setembro 19th, 2021 at 09:14 pm

O aumento das hospitalizações de jovens não vacinados contra a Covid-19 nas UTIs francesas preocupa as autoridades. Enquanto os médicos urgentistas tentam conscientizar os doentes da faixa etária dos 20 aos 29 anos sobre a importância da imunização, a campanha do governo mira nos adolescentes, antes do início do ano letivo, em setembro.

“Nas UTIs, pacientes jovens e… não vacinados” é manchete no jornal Le Parisien desta quinta-feira (29). “Em um momento em que as entradas aumentam há dez dias nos hospitais franceses, os médicos constatam que os doentes que necessitam de tratamento intensivo fazem parte de faixas etárias bem inferiores em relação às ondas precedentes da Covid-19″, publica o diário.Segundo os dados da Agência de Saúde Pública da França, pela primeira vez desde o início da crise sanitária, a média de idade dos pacientes nas UTIs do país está abaixo dos 60 anos. O jornal Le Parisien afirma que, ao darem entrada nos hospitais, a primeira pergunta que os médicos fazem aos doentes é se eles estão vacinados e, na maioria das vezes, a resposta é negativa.

A matéria destaca que muitos profissionais de saúde tentam convencer os doentes sobre a importância da imunização. Como argumento, os não vacinados sempre apresentam a mesmas justificativa: que não há muitas pesquisas sobre os efeitos colaterais a longo prazo dos imunizantes. Muitos reconhecem ter medo de se vacinar, mas também de estarem mal informados.

A principal categoria na mira dos médicos urgentistas são os jovens de 20 a 29 anos, que acreditam que, no caso de se contaminarem, não terão sintomas graves. Eles não se sentem implicados, dizem que não têm tempo de se vacinar, “mas, ao se infectarem, transmitem o vírus como qualquer outro indivíduo”, ressalta Le Parisien.

Prioridade: vacinar adolescentes 

Outros jornais tratam também do objetivo do governo francês de acelerar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos para o início do ano letivo, em setembro. O novo protocolo sanitário apresentado na quarta-feira (28) pelo ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, determina que o passaporte sanitário não será exigido nas escolas. No entanto, o jornal Les Echos lembra que, em caso de contaminação em uma classe, o isolamento dos alunos não vacinados será obrigatório e eles deverão acompanhar as aulas de casa, enquanto os outros estudantes vacinados poderão continuar indo presencialmente à escola.

O jornal Libération afirma que a vacinação dos adolescentes é a grande prioridade do governo neste momento. Quase 32% dos jovens da faixa etária dos 12 aos 17 anos receberam ao menos uma dose da vacina na França; 11,6% estão completamente imunizados. “Lembrando que os cientistas acreditam que cerca de 90% da população deve estar vacinada contra a Covid-19 para que uma vida normal possa ser retomada”, destaca o diário. No entanto, com cerca de 70% dos franceses sem a imunização completa até o momento, essa meta está longe, avalia o Libération.

Com informações da RFI