© Reuters Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em Brasília

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira que o caso envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin não justifica a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, e destacou que a medida “desestabilizaria a economia” e “pararia o Brasil”.

“Neste momento não há nenhum fato novo que justifique, que tenha alguma ligação direta com o presidente da República, a não ser o fato de um parlamentar ter dito que entregou a ele alguns documentos, invoices, que não justificam, por enquanto e até agora, com muitas versões de parte a parte, a abertura de um processo de impeachment que desestabilizaria a economia, pararia o Brasil por mais de seis meses, um ano, que não é o caso neste momento”, disse ele, em entrevista à Jovem Pan.

Bolsonaro foi alertado pelo deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, responsável pelo setor de importação da pasta, sobre irregularidades no processo de aquisição da vacina indiana em fevereiro, segundo ambos relataram à CPI da Covid do Senado.

O presidente disse ter determinado ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apurar o caso e que não teria encontrado qualquer irregularidade na negociação. Esse caso está no centro das investigações da CPI da Covid e tornou Bolsonaro alvo de um inquérito por prevaricação no Supremo Tribunal Federal.

Na semana passada, oposicionistas apresentaram um novo pedido de impeachment do presidente incluindo as suspeitas envolvendo a operação de compra da Covaxin.

Na entrevista, Arthur Lira disse que não se pode “institucionalizar” o impeachment no Brasil, que o assunto tem de ser tratado com muita seriedade e que o país “não pode ser instabilizado politicamente a cada presidente que é eleito”.

O presidente da Câmara destacou que a CPI traz, por enquanto, depoimentos de um parlamentar e que essa realidade está sendo investigada pela CPI e pelo Supremo com “um andamento normal sem nenhum tipo de açodamento”.

Eleito com apoio de Bolsonaro para o comando da Câmara, Lira disse que “com muita tranquilidade” vai tocando a pauta das reformas.

Com informações Reuters