Bombeiros encontram locomotiva que era usada pela Vale em Brumadinho

Tragédia ocorrida em 25 de janeiro de 2019 deixou 270 mortos

Foto: Reprodução/Internet

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais encontrou uma locomotiva usada nas operações da Vale soterrada após a tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida na Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro de 2019. O rompimento da barragem da mineradora liberou no meio ambiente uma avalanche de rejeitos que destruiu comunidades, causou degradação ambiental e deixou 270 mortos. Passados quase dois anos e meio, ainda faltam encontrar os corpos de dez vítimas, e as buscas continuam.

A locomotiva foi localizada na tarde de quinta-feira (1), soterrada a uma profundidade de aproximadamente 15 metros, em um local distante 1,5 quilômetros do ponto inicial do rompimento. Embora a máquina não esteja associada a nenhuma das vítimas que estão sendo procuradas, ela é considerada peça relevante, segundo nota divulgada pelos bombeiros.

“Representa um importante avanço na inteligência e acurácia do nosso modelo preditivo, e por consequência, na localização das demais vítimas. As técnicas utilizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais conseguiram realizar essa localização em uma condição considerada extremamente difícil”, diz o texto.

A máquina pertence à MRS Logística, empresa com a qual a Vale tem contrato de prestação de serviços. Os bombeiros farão agora buscas no entorno do local onde a locomotiva foi encontrada. A expectativa é de que possam ser localizados indícios e evidências que contribuam para a busca de vítimas.

A maioria dos mortos eram trabalhadores da mineradora ou de empresas terceirizadas que prestavam serviço na mina. Em maio, foi reconhecida a 260ª vítima após a conclusão do processamento do DNA do segmento de um corpo localizado em janeiro. É o do soldador Renato Eustáquio de Sousa, de 34 anos de idade.

Na ocasião, uma mensagem foi compartilhada por meio das redes sociais pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum), criada pelos familiares dos mortos na tragédia. “Renovamos as esperanças e seguimos motivados para continuar lutando pelo encontro agora das dez joias. Todos serão encontrados. Desistir não é uma opção”, diz o texto.

A Avabrum contabiliza 272 mortes na tragédia porque inclui na conta os bebês de duas vítimas que estavam grávidas.

Devido às restrições decorrentes de pandemia da covid-19, as buscas foram interrompidas duas vezes. A primeira paralisação ocorreu de março a agosto do ano passado. Posteriormente, em 17 de março deste ano, os trabalhos foram novamente suspensos. A retomada ocorreu no dia 12 de maio.

Com informações da Agência Brasil