A alta comissária dos Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, pediu nesta sexta-feira (16) a libertação urgente dos manifestantes detidos em Cuba e pediu diálogo entre o governo e a população.

© Fabrice COFFRINI (Arquivo) A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, em 9 dez. 2020

Ao mesmo tempo, Bachelet pediu o fim das sanções que sufocam a ilha.

“Convoco o governo a abordar as demandas dos manifestantes por meio do diálogo, e que respeite e proteja plenamente os direitos de todas as pessoas à reunião pacífica e à liberdade de opinião e de expressão”, pediu Bachelet, em um comunicado.

Em 11 de julho, milhares de pessoas saíram às ruas em 40 cidades e povoados de Cuba, atingida por sua pior crise econômica em 30 anos. 

Os protestos, que continuaram em algumas partes da ilha na segunda-feira, deixaram um morto, dezenas de feridos e mais de 100 detidos.

“Estou muito preocupada com o suposto uso excessivo da força contra os manifestantes em Cuba e com a prisão de um grande número de pessoas, entre elas vários jornalistas”, disse Bachelet.

“É especialmente preocupante que, entre elas, haja pessoas supostamente incomunicáveis e pessoas cujo paradeiro é desconhecido. Todas as pessoas detidas por exercerem seus direitos devem ser libertadas urgentemente”, acrescentou.

Históricas na ilha, as manifestações provocaram um primeiro gesto do governo: a autorização para que os cubanos entrem no país com alimentos, produtos de higiene e remédios, sem limite de valor e pagamento de tarifas, até o final do ano. A medida é boa, mas insuficiente, segundo vários cidadãos.

Bachelet reiterou seu apelo “à suspensão das sanções setoriais unilaterais, dado seu impacto negativo nos direitos humanos, incluindo o direito à saúde”.

Ela também pediu que seja plenamente restabelecido o acesso à Internet e às redes sociais no país, cortado desde domingo pelo governo.

Cam informações da AFP