© Ansa Brasil Angela Merkel e Vladimir Putin durante reunião em janeiro de 2020, em Berlim(ANSA) – Os governos de Alemanha e França querem convidar Vladimir Putin para uma cúpula de líderes da União Europeia com o objetivo de melhorar as relações com a Rússia, porém a ideia já encontra resistência no bloco.

Segundo fontes diplomáticas citadas pelo jornal Financial Times, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, gostaria que a UE considerasse a hipótese de convidar Putin para uma cúpula com os Estados-membros, iniciativa que teria o apoio do presidente da França, Emmanuel Macron.

Berlim acredita que o recente encontro entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden em Genebra, possa ser um modelo para relançar as relações com Moscou. Merkel já se reúne regularmente com o mandatário russo, mas gostaria de um formato que permitisse à UE falar com uma única voz.

“É necessário um contato direto da UE com a Rússia, não basta que Biden tenha feito isso”, disse a chanceler nesta quinta-feira (24). Já Macron afirmou que o diálogo com o Kremlin é “necessário para a estabilidade do continente europeu”. “Não podemos ficar em uma estratégia puramente reativa”, acrescentou.

Alguns líderes da UE, no entanto, já se pronunciaram contra a iniciativa. “A última vez que discutimos sobre a Rússia decidimos que era uma grande ameaça. Não sei o que aconteceu agora para mudar a posição da última vez, estou curiosa para ouvir o que vão dizer”, disse a premiê da Estônia, Kaja Kallas, ao chegar em Bruxelas para uma reunião do Conselho Europeu.

A Estônia, os outros países bálticos e a Polônia defendem uma postura “linha dura” com Moscou, com quem fazem fronteira. Já o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, declarou que “não se importa” se Macron e Merkel se encontrarão com o presidente russo.

“Eu não participarei de uma reunião com Putin”, garantiu. A UE mantém sanções econômicas contra a Rússia desde 2014 por causa da anexação da península da Crimeia e do apoio do Kremlin a grupos separatistas no leste da Ucrânia. (ANSA)