Last updated on junho 13th, 2021 at 06:06 pm
Na quarta-feira (02.06), o Twitter tinha eliminado um tweet controverso do Presidente Muhammadu Buhari sobre o a guerra civil nigeriana e suspendeu a conta do chefe de estado durante doze horas.
Decisão “decepcionante”
A decisão de apagar o tweet foi “decepcionante” mas não foi a única razão para a suspensão a nível nacional, disse o Presidente da maior democracia de África no Facebook no sábado (05.06) à noite.
O Twitter, disse ele, estava a espalhar desinformação e notícias falsas que por vezes levavam a consequências violentas na Nigéria, sem que a plataforma fosse responsabilizada.
Buhari sugeriu que a suspensão seria temporária, mas não deu uma data para um possível fim. A mudança suscitou críticas ferozes tanto no país como no estrangeiro.
Muitos utilizadores acusaram o Governo de agir contra a liberdade de expressão no país. Organizações não-governamentais, incluindo a Ordem dos Advogados da Nigéria, anunciaram uma ação legal se o bloqueio se mantiver em vigor.
A própria rede social Twitter anunciou, através de um tweet, que estava “muito preocupada” com o bloqueio. O acesso a uma internet livre, disseram, é um direito central numa sociedade moderna. Acrescentaram que seriam feitos esforços para restaurar o acesso de todos aqueles na Nigéria que quisessem comunicar com o resto do mundo através do Twitter.
“Desapontamento”
A União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e a Grã-Bretanha expressaram o seu desapontamento numa declaração conjunta no sábado. O bloqueio das plataformas de liberdade de expressão “não era a resposta”, disseram.
Apesar das possíveis consequências legais, muitos nigerianos obtiveram acesso ao Twitter através de ligações VPN e desabafaram o seu descontentamento.
“Eu vou publicar o meu tweet na Nigéria, que venham cá e prendam-me”, escreveu o ativista dos direitos humanos Deji Adeyanju sobre o serviço de mensagens curtas. Ele disse que estava pronto para ir para à prisão por isso.
O uso do Twitter é muito popular na Nigéria. No último ano, jovens nigerianos tinham utilizado repetidamente a plataforma para organizar protestos contra a violência policial.
Um membro do Governo nigeriano chegou a acusar o CEO do Twitter, Jack Dorsey, que tinha expressado simpatia para com os manifestantes, de também financiá-los.
por:content_author: AFP, DPA, tm