O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou, nesta quarta-feira (2), uma nota de repúdio à forma como médicos têm sido tratados durante depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado.
No documento, o Conselho se diz “indignado” com as “manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos”. Ainda de acordo com a entidade, “ao comparecer na CPI da pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos direitos constitucionais, não sendo aceitáveis ataques à honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias”.
“Infelizmente, o que nós temos visto nesta CPI da Covid é inaceitável. É intolerável. Principalmente, quando nós vemos médicas, como no caso da doutora Nise e da doutora Mayra, que estiveram lá, recentemente, sendo totalmente destratadas por alguns senadores”, alertou.
Apesar de defender a honra das colegas de profissão, Ribeiro ressaltou que as falas das médicas não representam a opinião do Conselho e disse que elas respondem apenas pelos próprios posicionamentos. Ele ainda se dirigiu diretamente ao senador e médico Otto Alencar (PSD-BA), reprimindo a conduta dele com Nise Yamagushi.
“Particularmente, o comportamento do médico e senador Otto Alencar foi inconcebível. Foi inaceitável com aquilo que fez com a doutora Nise Yamaguchi. É inaceitável, doutor Otto. O senhor é um médico e deveria refletir sobre aquilo que você fez. A deslealdade que o senhor teve com uma médica mulher”, afirmou o presidente do CFM.
Mauro Ribeiro vai enviar um ofício ao presidente do senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RO), solicitando medidas contra o que chamou de “ambiente tóxico” da CPI. Ele espera que o CFM seja convocado o quanto antes para falar à comissão.
Lamentável que alguns senadores, movidos pelo ódio e com óbvias intenções políticas e eleitoreiras, maculem ainda mais a já desgastada imagem do Senado Federal.
Com informações do JC