© WikimediaCommons – 4.jun.2015 Vigília é realizada todos os anos para lembrar as pessoas que morreram em 4 de junho de 1989, quando a polícia invadiu uma manifestação em favor da democracia. Na foto, o evento de 2015 

A polícia de Hong Kong prendeu nesta 6ª feira (4.jun.2021) Chow Hang Tung, que participou da organização da vigília pelas vítimas da repressão chinesa em 1989. O evento foi proibido pelo 2º ano consecutivo. As informações são da Reuters.

Os cidadãos de Hong Kong se reúnem todos os anos para lembrar as pessoas que morreram em 4 de junho de 1989, quando a polícia invadiu uma manifestação que ocorria na praça Tiananmen, em Pequim, em favor da democracia.

Números oficiais citam 300 mortos, mas grupos de direitos humanos e testemunhas dizem que milhares de pessoas podem ter morrido naquele dia.

Por décadas, Hong Kong e Macau –territórios semiautônomos– foram os únicos lugares da China que lembravam os acontecimentos de 4 de junho de 1989. A vigília é proibida na China continental.

Chow é vice-presidente da Aliança de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China. Segundo Chiu Yan Loy, membro executivo da organização, ela “só queria ir ao Victoria Park [local onde tradicionalmente a vigília é realizada], acender uma vela e celebrar”.

Chiu disse à Reuters que a prisão da organizadora tem como objetivo causar medo àqueles que planejavam participar da vigília.

Em 2020, o evento não foi aprovado. Assim como este ano. Em comunicado emitido na noite de 5ª feira (3.jun), a polícia local declarou que qualquer reunião representa “ameaças consideráveis ​​para a saúde pública” e alertou que quem participasse de “assembleias não autorizadas” poderia ser condenado a até 5 anos de prisão.

A polícia implementará mão de obra adequada em locais relevantes durante o dia e tomará medidas resolutas para fazer cumprir a lei, incluindo prisões”, disse a corporação.

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL

A China aprovou, no fim de junho de 2020, a controversa lei de segurança nacional que permite às autoridades chinesas combater o que enquadram como atividade “subversiva e secessionista” em Hong Kong. A aprovação aumentou ainda mais o receio de uma redução das liberdades na região semiautônoma.

Na época, a ONG Anistia Internacional afirmou que a aprovação da lei é uma grande “ameaça” aos direitos humanos em Hong Kong e que “a partir de agora a China terá o poder de impor as suas leis contra qualquer um que considerar suspeito de cometer um crime”.

A velocidade e o sigilo com os quais a China adotou essa legislação aumentam o medo de que Pequim tenha criado uma arma de repressão para usar contra críticos do Governo, incluindo pessoas que apenas expressam as opiniões de maneira pacífica”, disse o chefe da organização para a China, Joshua Rosenzweig.

Ele acrescentou que o objetivo de Pequim é “governar Hong Kong pelo medo”.

Com informações do Poder 360