Last updated on setembro 19th, 2021 at 08:44 pm
A polícia de Hong Kong prendeu nesta 6ª feira (4.jun.2021) Chow Hang Tung, que participou da organização da vigília pelas vítimas da repressão chinesa em 1989. O evento foi proibido pelo 2º ano consecutivo. As informações são da Reuters.
Os cidadãos de Hong Kong se reúnem todos os anos para lembrar as pessoas que morreram em 4 de junho de 1989, quando a polícia invadiu uma manifestação que ocorria na praça Tiananmen, em Pequim, em favor da democracia.
Por décadas, Hong Kong e Macau –territórios semiautônomos– foram os únicos lugares da China que lembravam os acontecimentos de 4 de junho de 1989. A vigília é proibida na China continental.
Chow é vice-presidente da Aliança de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China. Segundo Chiu Yan Loy, membro executivo da organização, ela “só queria ir ao Victoria Park [local onde tradicionalmente a vigília é realizada], acender uma vela e celebrar”.
Chiu disse à Reuters que a prisão da organizadora tem como objetivo causar medo àqueles que planejavam participar da vigília.
Em 2020, o evento não foi aprovado. Assim como este ano. Em comunicado emitido na noite de 5ª feira (3.jun), a polícia local declarou que qualquer reunião representa “ameaças consideráveis para a saúde pública” e alertou que quem participasse de “assembleias não autorizadas” poderia ser condenado a até 5 anos de prisão.
“A polícia implementará mão de obra adequada em locais relevantes durante o dia e tomará medidas resolutas para fazer cumprir a lei, incluindo prisões”, disse a corporação.
LEI DE SEGURANÇA NACIONAL
A China aprovou, no fim de junho de 2020, a controversa lei de segurança nacional que permite às autoridades chinesas combater o que enquadram como atividade “subversiva e secessionista” em Hong Kong. A aprovação aumentou ainda mais o receio de uma redução das liberdades na região semiautônoma.
Na época, a ONG Anistia Internacional afirmou que a aprovação da lei é uma grande “ameaça” aos direitos humanos em Hong Kong e que “a partir de agora a China terá o poder de impor as suas leis contra qualquer um que considerar suspeito de cometer um crime”.
“A velocidade e o sigilo com os quais a China adotou essa legislação aumentam o medo de que Pequim tenha criado uma arma de repressão para usar contra críticos do Governo, incluindo pessoas que apenas expressam as opiniões de maneira pacífica”, disse o chefe da organização para a China, Joshua Rosenzweig.
Ele acrescentou que o objetivo de Pequim é “governar Hong Kong pelo medo”.
Com informações do Poder 360