Na última entrevista antes da viagem para Belém, Gerson Gusmão chamou a responsabilidade por mudanças no Botafogo-PB. E as cobranças prometidas pelo técnico alvinegro surtiram efeito. Na última segunda-feira, o Belo venceu o Paysandu atuando como visitante, mostrou uma postura totalmente diferente da que vinha sendo apresentada dentro das quatro linhas, encheu o comandante de orgulho e, de quebra, voltou a figurar no G-4 da Série C do Brasileiro depois de dois anos.

Foram pelo menos três treinos desde a eliminação do Campeonato Paraibano, na última quinta-feira, para o Campinense, para que Gerson encontrasse uma saída para que o seu time voltasse a render como em seus primeiros jogos no comando da equipe. Contra o Papão, o Belo foi soberano tecnicamente e dominou todos os espaços do campo de seu adversário. Além disso, os atletas botafoguenses finalizaram muito mais do que nos outros duelos, anularam as ações dos paraenses e construíram a vitória com o controle total da partida.

Gerson revelou o que foi conversado nos bastidores da segunda batalha do clube na Terceirona. Para o gaúcho, os seus comandados precisavam colocar a cobrança dos vestiários em prática durante todo jogo. Com a equipe nitidamente ligada durante os 90 minutos, disputando todos os lances com muita sede, o resultado positivo se tornou consequência de um puxão de orelha que vinha sendo necessário já há algumas partidas.

Gerson Gusmão, técnico do Botafogo-PB — Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press

Gerson Gusmão, técnico do Botafogo-PB — Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press

Campeão da Série C do Brasileiro em 2018 pelo Operário, Gerson Gusmão sabe melhor do que ninguém os atalhos para buscar o triunfo do acesso na competição. E a coragem para descobrir mudanças assertivas no elenco é um desses processos. Contra o Paysandu, a única peça alterada foi o experiente Marcos Aurélio, que foi substituído por Juninho, mas que entrou na reta final e, marcando o segundo gol do Belo, sacramentou a vitória do time. O técnico, é claro, ficou satisfeito com a mudança de postura, mas alertou que a disputa da Terceirona precisa ser competida de forma intensa.

— Tivemos que mudar um pouco a maneira de jogar, até para ver se encaixava melhor, principalmente neste jogo seguinte (à eliminação no estadual) que era importante termos um resultado positivo. Precisávamos dar uma resposta imediata. Em termos de posicionamento e de modelo de jogo, a gente também procurou alterar, em busca de um time mais compacto e mais próximo dos seus setores. É uma condição que nós temos que manter, principalmente numa Série C, que é um jogo muito disputado. (Na Série C) Tem que competir a todo instante. Felizmente, os atletas conseguiram desempenhar bem esse papel. Tivemos uma resposta em termos de produção e de resultados. Ficamos todos satisfeitos — finalizou.