O linha-dura Ebrahim Raisi, de 60 anos, aliado próximo de Khamenei, é o favorito para suceder Hassan Rouhani, um pragmático que a Constituição impede de servir um terceiro mandato de quatro anos.
Crítico duro do Ocidente, Raisi está sujeito a sanções dos EUA devido ao seu suposto envolvimento nas execuções de prisioneiros políticos décadas atrás.
“Se eleito, Raisi será o primeiro presidente iraniano na história recente a ter sido não somente punido antes de tomar posse, mas possivelmente punido no exercício do cargo”, disse o analista Jason Brodsky.
Embora centenas de iranianos, incluindo familiares de dissidentes mortos desde a República Islâmica de 1979, tenham clamado por um boicote eleitoral, o núcleo de apoiadores religiosamente devotos do establishment deve votar em Raisi.
“Votarei pelos mártires”, disse um jovem à televisão estatal, referindo-se aos iranianos mortos pelos inimigos do país.
A TV estatal mostrou filas longas diante de seções eleitorais em várias cidades. Mais de 59 milhões de iranianos estão habilitados a votar. As urnas fecham às 16h30 (horário de Brasília), mas podem ficar abertas durante mais duas horas, e os resultados são esperados perto do meio-dia de sábado.
“Meu voto é um grande NÃO à República Islâmica”, disse Farzaneh, moradora de 58 anos da cidade central de Yazd. Ela disse que, ao contrário do que a TV estatal noticiou, “as seções eleitorais estão quase vazias aqui”.
Uma vitória de Raisi confirmaria a derrocada política de políticos pragmáticos como Rouhani, enfraquecido pela decisão norte-americana de abandonar o acordo nuclear e reimpor sanções durante o governo Trump, uma medida que travou a reaproximação do Oeste, mas não deteria a tentativa iraniana de retomar o pacto e se libertar de sanções duras aos setores de petróleo e finanças, disseram autoridades do Irã.
Com informações da Reuters