PEQUIM (Reuters) – A China comemorou nesta quinta-feira a retomada de “debates normais” com os Estados Unidos nas frentes comercial e econômica, aparentemente disposta a superar uma guerra comercial ao dizer que os dois lados almejam resolver problemas pragmaticamente.

O vice-premiê chinês, Liu He, que comanda as negociações comerciais com os EUA, realizou duas videochamadas com a representante comercial norte-americana, Katherine Tai, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, em uma semana, o que assinala o primeiro engajamento formal entre as duas partes em questões comerciais e econômicas no governo Biden.

As duas videochamadas duraram cerca de 50 minutos, disse o porta-voz do Ministério do Comércio, Gao Feng, em uma coletiva de imprensa de rotina, acrescentando que as conversas começaram bem e que o comércio bilateral, as situações macroeconômicas e as políticas domésticas estiveram entre os tópicos.

Os debates para resolver vários problemas vêm na esteira de um período de relações tensas entre as duas maiores economias do globo, incluindo uma guerra comercial retaliatória de quase dois anos.

“A China e os Estados Unidos retomaram debates normais sobre economia e comércio”, disse Gao aos repórteres. “Buscar interesses comuns colocando diferenças de lado foi o consenso”.

Pequim também abordou suas preocupações específicas com base no desempenho de sua economia doméstica, disse ele.

“Na próxima etapa, os dois lados, no interesse dos dois países e do mundo, concordaram em trabalhar juntos e resolver pragmaticamente alguns temas específicos para produtores e consumidores e impulsionar os desenvolvimentos saudáveis do comércio sino-norte-americano e as relações econômicas”, disse Gao.

Washington emitiu comunicados sucintos sobre as conversas que enfatizaram interações sinceras com o lado chinês. Yellen e Tai disseram que aguardam debates futuros com Liu.

A mídia estatal chinesa também se concentrou no tom positivo das tratativas econômicas após as interações frias entre autoridades de política externa chinesas e norte-americanas de alto escalão em um encontro no Alasca em março.

As interações da semana passada estão “provocando otimismo a respeito de uma comunicação melhor entre as duas maiores economias do mundo”, noticiou o tabloide chinês estatal Global Times.

“Poderia ser construtivo para os dois lados compartilhar suas posturas em uma gama ampla de temas em disputa e tentar desemaranhar ao menos certos aspectos da rivalidade cada vez mais complexa e crescente”, disse o Global Times.

Com informações da Reuters