Last updated on junho 5th, 2021 at 07:27 pm
Mas segundo a Organização Mundial da Saúde, o número real de óbitos na pandemia poderia ser de duas a três vezes maior do que sugerem as estatísticas oficiais.
Quase 90% das mortes se distribuíram em cinco países que representam 70% da população da região: Brasil (446.309), México (221.080), Colômbia (83.233), Argentina (73.391) e Peru (67.253).
O Brasil, que registra a maior mortalidade diária do continente com uma média de quase 2.000 óbitos por dia nesta semana, acumula 446.309 óbitos enquanto a gestão da crise sanitária pelo governo do presidente Jair Bolsonaro é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado.
“Quantas vidas poderiam ter sido salvas?”, perguntou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, iniciada há três semanas.
As cifras alcançam níveis sem precedentes na Colômbia (500 mortos por dia, +4% em uma semana) e Argentina (490, +15%), enquanto aumentam consideravelmente em países menos populosos, como o Equador (85, +37%) e a Bolívia (53, +44%).
O conjunto da região, que inclui 33 países e territórios, registrou uma média de quase 3.900 mortes diárias nos últimos sete dias, o que representa um aumento de 1% em relação à semana anterior. Os contágios, no entanto, aumentaram em média 142.000 por dia, o que representou um aumento de 10% em uma semana.
– Mais vacinas são urgentes –
Apenas 3% da população da América Latina e do Caribe foi vacinada, condenou a Organização Pan-americana da Saúde (Opas) nesta sexta-feira.
“Esta pandemia está longe de ter terminado e está atingindo duramente a América Latina, afetando nossa saúde, economias e sociedades inteiras. No entanto, apenas 3% das nossas populações se vacinaram”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne.
Pfizer/BioNTech, Moderna e Johnson&Johnson se comprometeram, durante uma cúpula do G20 celebrada nesta sexta-feira em Roma, a doar 3,5 bilhões de doses aos países mais desfavorecidos entre 2021 e 2022.
Segundo explicaram, este ano serão fornecidas 1,3 bilhão de doses e em 2022, o restante. A Pfizer fornecerá 2 bilhões de doses, a Moderna “até” 995 milhões e a Johnson&Johnson “até 500 milhões”.
Os países de renda baixa poderão comprá-las a preço de custo e os de renda média, a um preço reduzido, informaram os laboratórios durante a cúpula organizada pela presidência italiana do G20 e da Comissão Europeia.
Mais cedo, a União Europeia (UE) anunciou que ofereceria 100 milhões de doses, a Itália 300 milhões de euros (365 milhões de dólares) e a França, 30 milhões de doses através do mecanismo Covax, da OMS, para distribuir vacinas aos países pobres.
– US$ 50 bilhões do FMI –
Com o objetivo de vacinar pelo menos 60% da população mundial e avançar para o fim da pandemia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs um plano com um financiamento estimado em 50 bilhões de dólares.
“Nossa proposta estabelece objetivos, avalia as necessidades de financiamento e define ações pragmáticas”, disse Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, na Cúpula Mundial da Saúde, celebrada em Roma, no âmbito do G20.
O plano pretende que pelo menos 60% da população mundial esteja vacinada até o final de 2022 para permitir uma recuperação econômica mundial sustentável.
Enquanto isso, na África, menos de 2% da população africana tinha sido imunizada até o fim de abril, enquanto mais de 40% da população dos Estados Unidos e mais de 20% na Europa tenham recebido pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19, segundo o FMI.
Para cumprir os objetivos da vacinação da população mundial, o FMI insiste na necessidade de conceder subvenções adicionais ao Covax, mediante doações de doses excedentes e garantindo o livre fluxo transfronteiriço de matérias-primas e vacinas.
Na África, um estudo publicado pela revista médica The Lancet revelou – apesar da dificuldade em compilar dados exaustivos – que os pacientes graves de covid-19 morrem mais neste continente do que nos demais, provavelmente devido à falta de unidades de terapia intensiva.
Com informações da AFP