As duas empresas punidas são Myanmar Economic Holdings Ltd (MEHL) e Myanmar Economic Corporation (MEC).
A decisão foi validada pelos ministros das Relações Exteriores do bloco, segundo fontes diplomáticas.
O princípio dessas novas sanções foi decidido em 22 de março, quando os ministros europeus sancionaram onze pessoas, incluindo o chefe da Junta, o general Min Aung Hlaing.
Na semana passada, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou temores de um conflito generalizado como na Síria e exortou os Estados a “tomarem medidas imediatas, decisivas e eficazes” para forçar a Junta a pôr fim à repressão.
– Jornalista japonês preso –
Mais recente exemplo do clima no país, um jornalista japonês acusado de divulgar informações falsas foi preso, assim como dezenas de outros repórteres desde o golpe de Estado. O Japão exigiu sua libertação.
Yuki Kitazumi foi preso no domingo e, segundo um porta-voz da embaixada japonesa, transferido de uma delegacia de polícia para a prisão de Insein, conhecida por abrigar presos políticos.
Diplomatas pediram para visitar o jornalista independente na prisão, mas a permissão ainda não foi concedida.
“Pedimos a Mianmar que liberte essa pessoa o mais rápido possível. Faremos todo o possível para proteger esse cidadão japonês”, declarou o porta-voz do governo japonês, Katsunobu Kato, a repórteres.
Esta é a segunda vez que Kitazumi é preso desde o golpe. Em fevereiro, ele foi brevemente detido durante uma intervenção da polícia de choque contra manifestantes.
A imprensa tem sido alvo das forças de segurança, pois as autoridades tentam controlar as informações, restringindo o acesso à Internet ou revogando as credenciais de alguns meios de comunicação.
Pelo menos 65 jornalistas e fotógrafos foram presos desde o golpe, 34 dos quais permanecem atrás das grades, de acordo com a organização Reporting ASEAN.
Em todo o país, os moradores continuam se opondo à Junta.
Na cidade de Myingyan (centro), intensos confrontos entre residentes e o exército ocorreram nos últimos dois dias. Pelo menos quatro pessoas foram baleadas nesta segunda e uma delas não resistiu aos ferimentos, disse à AFP um morador, que pediu anonimato por motivos de segurança.
“Ainda há tiros. É como uma guerrilha urbana na cidade”, disse, acrescentando que as pessoas tentavam se defender com armas feitas em casa.
“O exército não permite que ninguém fique na rua. Atiram em quem vê do lado de fora. Tentam inspecionar casa por casa para deter os manifestantes”, acrescentou.
Segundo ele, o exército também incendiou motocicletas.
Pelo menos seis pessoas, incluindo uma de 13 anos, foram presas em Myingyan, de acordo com um jornal local.
Com informações da AFP