WASHINGTON (Reuters) – Depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, delineou suas metas para reformular a economia e tratar da injustiça racial na quarta-feira, o senador republicano Tim Scott argumentou que a pauta democrata dividiria os norte-americanos, reduziria os salários e encolheria a economia do país.
Estrela em ascensão em seu partido e o único republicano negro no Senado, Scott disse que os democratas não têm nenhum interesse em trabalhar com os republicanos em uma legislação de infraestrutura e rejeitou o “Plano da Família Americana” de Biden por considerá-lo um esquema para colocar Washington no centro da vida norte-americana “do berço à faculdade”.
Biden dedicou partes de seu primeiro discurso ao Congresso estendendo a mão aos republicanos. Ele agradeceu os republicanos do Senado por proporem uma alternativa ao seu pacote de infraestrutura de 2,3 trilhões de dólares e acolheu sua ajuda no enfrentamento da epidemia de violência armada dos EUA.
Ele também trocou um cumprimento de punho com a deputada republicana Liz Cheney –uma crítica explícita do antecessor de Biden, Donald Trump– e fez referências amistosas ao líder da minoria no Senado, Mitch McConnell.
“Nosso presidente parece um homem bom. Seu discurso foi cheio de palavras boas”, disse Scott na resposta republicana ao discurso de Biden, que foi televisionada para todo o país.
“Mas nossa nação está sedenta de mais do que platitudes vazias”, acrescentou. “Nosso melhor futuro não virá de esquemas de Washington ou sonhos socialistas.”
O republicano da Carolina do Sul atribuiu à Operação Warp Speed de Trump o sucesso da distribuição de vacinas contra o coronavírus, e a recuperação econômica ao auxílio contra a Covid-19 apoiado por seu partido no ano passado.
“Este governo herdou uma maré que já havia mudado”, disse Scott.
Uma semana depois de um júri condenar Derek Chauvin, ex-policial da cidade de Mineápolis, pelo assassinato de George Floyd, um negro que estava detido e algemado, Biden conclamou o Congresso a aprovar uma legislação de reforma policial até o mês que vem, o aniversário da morte de Floyd.
Scott, figura destacada na retomada das conversas sobre uma legislação de reforma policial no Congresso, desaconselhou o uso da raça como arma política e defendeu uma nova lei republicana de votação estadual da Geórgia que Biden e outros democratas refutaram por verem como uma volta da segregação ao estilo Jim Crow.
Com inforações da Reuters