Last updated on abril 25th, 2021 at 03:16 pm
O ministério não explicou o motivo da proibição. Mas a medida é adotada após a recomendação feita pela embaixada francesa para que os cidadãos e empresas do país abandonem temporariamente o Paquistão, devido às “graves ameaças” que pesam sobre os interesses franceses.
Os partidos políticos utilizam frequentemente as redes sociais no Paquistão para mobilizar os militantes. Talvez as autoridades temam que o TLP utilize a oração de sexta-feira, que leva multidões de fiéis às mesquitas, para estimular o descontentamento de seus simpatizantes.
A detenção, na segunda-feira passada em Lahore, do líder do TLP, Saad Rizvi, horas depois de convocar uma passeata em Islamabad para 20 de abril, com o objetivo de pedir a expulsão do embaixador francês, provocou grande irritação entre os simpatizantes do partido.
O sentimento antifrancês é grande no Paquistão desde que o presidente Emmanuel Macron defendeu o direito de publicação de charges em nome da liberdade de expressão.
A defesa aconteceu durante uma homenagem a um professor assassinado em 16 de outubro na região de Paris, depois de exibir desenhos satíricos em uma aula, após a nova publicação de representações do profeta Maomé pelo semanário francês Charlie Hebdo.
O islã, em sua interpretação estrita, proíbe qualquer representação de Maomé.
O governo do primeiro-ministro Imran Khan tentou durante vários anos, em vão, controlar o TLP. Na quarta-feira foi mais longe e anunciou a proibição do partido, que classificou de grupo terrorista.
Além disso, a segurança foi reforçada nas imediações da embaixada da França em Islamabad.
As manifestações organizadas pelo TLP no início da semana foram duramente reprimidas pela polícia.
O TLP, partido extremista influente que explora a questão da blasfêmia, tem grande capacidade de mobilização e, no passado, conseguiu bloquear estradas por vários dias.
As declarações de Macron, de que a França não renunciaria às charges, incluindo as do profeta Maomé, provocaram uma onda de manifestações no Paquistão, convocadas pela TLP, e em outros países muçulmanos, além de pedidos de boicote de produtos franceses.
Com informações da AFP