Durante entrevista coletiva virtual, ele disse que a entidade não defende “lockdowns sem fim”, mas medidas combinadas, “adequadas e ágeis” para conter o problema.
Ghebreyesus lembrou que, entre janeiro e fevereiro, houve um período de seis semanas seguidas de recuo nos casos do vírus pelo mundo. “Nós temos agora sete semanas seguidas de alta nos casos, e quatro semanas de avanço das mortes”, comparou, citando “grandes aumentos” nos casos em vários países da Ásia e do Oriente Médio.
“Isso ocorre apesar do fato de que mais de 780 milhões de doses de vacinas foram administradas globalmente”, afirmou a autoridade da OMS.
Segundo Ghebreyesus, há “confusão, complacência e inconsistências em medidas de saúde pública e na aplicação delas”, o que resulta em aumento da transmissão dos vírus e das mortes. “É preciso uma abordagem consistente, coordenada e abrangente”, defendeu. “Os países que têm se saído melhor têm adotado uma combinação de medidas sob medida, mensuradas, ágeis e baseadas em evidências”.
Remdesivir
O OMS também afirmou que, até agora, seu estudo Solidarity mostra não haver evidências de que o remédio remdesivir seja bem-sucedido para auxiliar no tratamento de pacientes hospitalizados por covid-19. Por isso, não recomenda o seu uso.
Segundo a entidade, estudos menores viram benefícios no uso do remdesivir em apenas alguns subgrupos.
Cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan disse que pesquisas menos abrangentes mostraram “benefícios marginais” com o uso do remdesivir. Segundo ela, a análise do medicamento continua a ocorrer, mas até agora não houve a conclusão de que seu uso poderia ser vantajoso no tratamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou em 12 de março o uso do antiviral no tratamento de pessoas hospitalizadas com covid-19 no Brasil. O remédio é bastante usado nos Estados Unidos em pacientes graves que não estão entubados.
Com informações do Estadão