© Brendan Smialowski Líderes mundiais que participaram de uma cúpula global virtual para abordar as mudanças climáticas em 22 de abril de 2021
Algumas potências importantes, começando pelos Estados Unidos, revelaram sua nova NDC nesta quinta e os outros o farão na conferência da ONU, a COP26, marcada para o outono (primavera no Brasil) em Glasgow, na Escócia.
– Estados Unidos –
O presidente Joe Biden prometeu reduzir as emissões de gases do efeito estufa da maior economia do mundo em 50% a 52% até 2030, em relação aos níveis de 2005.
Essa meta quase duplica o compromisso anterior de Washington de uma redução de 26 a 28% até 2025 e deve permitir que os Estados Unidos, o segundo maior poluidor do mundo, alcancem a neutralidade de carbono até 2050.
De acordo com o grupo Climate Action Tracker (CAT), esse é “um importante passo à frente”, embora seja necessário diminuir as emissões em pelo menos 57% até 2030 para contribuir com a meta de um aquecimento global mantido em +1,5 °C.
– Japão –
O primeiro-ministro Yoshihide Suga também elevou a meta para o Japão, o quinto país em termos de emissões de CO2, prometendo reduzi-las em 46% até 2030 em comparação a 2013. A meta anterior era de 26%.
O país já havia prometido em novembro uma meta de neutralidade de carbono para 2050.
O CAT lamenta que Tóquio não tenha conseguido cortar as emissões pela metade.
– Canadá –
O Canadá, por sua vez, reduzirá suas emissões entre 40% e 45% até 2030, em relação ao nível de 2005, em vez da meta anterior de 30%, anunciou o primeiro-ministro Justin Trudeau.
Ele se comprometeu a consagrar esse compromisso por lei e reiterou sua meta de alcançar a neutralidade de carbono em 2050.
– Brasil –
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o Brasil almeja obter a neutralidade de carbono até 2050, dez anos antes do previsto.
Diante de observadores céticos, já que o presidente de extrema direita não havia demonstrado nenhum compromisso ambiental real, Bolsonaro confirmou outra promessa feita pouco antes da cúpula, a de acabar com o “desmatamento ilegal” até 2030.
Desde que o ex-militar assumiu o poder em janeiro de 2019, as áreas desmatadas da Amazônia aumentaram drasticamente.
– Europa –
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que sediará a COP26 no final do ano e pretende se apresentar como líder mundial na luta contra as mudanças climáticas, reforçou o compromisso de Londres com a redução das emissões: 78% até 2035, em comparação a 1990. A meta anterior era de 68% até 2030.
A União Europeia confirmou um corte de pelo menos 55% nas suas emissões até 2030, também em comparação com 1990.
– Os outros –
A China, o principal país poluidor, com mais de um quarto das emissões mundiais de gases de efeito estufa, não anunciou novas ambições, mas prometeu no ano passado começar a reduzi-las antes de 2030 para buscar a neutralidade de carbono até 2060.
O presidente Xi Jinping reafirmou esses números e prometeu cooperar com os Estados Unidos e o resto do mundo nessa questão.
Já o presidente Vladimir Putin garantiu que a Rússia, quarto maior emissor do mundo, manterá seus compromissos, considerados, porém, extremamente insuficientes pelo CAT.
Por sua vez, a Coreia do Sul prometeu que pararia de financiar usinas termelétricas a carvão no exterior.
Com informações da AFP