O governo de Angola vai suspender, a partir desta quarta-feira (21/04), as atividades da Rede Record, bem como de outros jornais, revistas, sites e rádios, devido a “inconformidades legais”.O anúncio foi feito pelo secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Carnaval, na noite desta segunda-feira na televisão pública angolana TPA.
O Ministério das Telecomunicações comunicou que a medida foi adotada devido a inconformidades em relação aos requisitos legais para o exercício da atividade jornalística em Angola.
O comunicado do ministério afirma que a empresa Rede Record de Televisão, que responde pela TV Record África, tem como diretor-executivo uma pessoa que não é angolana e acrescenta que os jornalistas estrangeiros da Record não estão credenciados.
Segundo Carnaval, “infelizmente, as direções destas empresas não cuidaram de corrigir o problema ao longo do tempo que vêm operando no mercado angolano”. “Por outro lado, estas empresas, enquanto não procederem a correção em conformidade com os requisitos legais, estarão suspensas do exercício da sua atividade”, disse.
“Apelamos que tratem de regularizar a sua situação enquanto empresas de canais de televisão para que possam voltar a manter o contato com a audiência.”
A Record TV África manifestou-se surpreendida com a suspensão das suas atividades e afirmou que “sempre se pautou pela legalidade nos mais de 15 anos presentes em Angola e em todo continente africano” e que pretende buscar esclarecimentos com o ministério.
A rede Record pertence à Igreja Universal do Reino de Deus, que passa por uma disputa interna entre seus líderes brasileiros e angolanos e veiculou várias reportagens críticas ao governo, afirmando que os religiosos brasileiros são alvo de xenofobia em Angola.
Com informações da DW.com