© Eric Baradat/Pavel Golovkin/AFP Biden também propôs ao presidente russo uma cúpula bilateral nos próximos meses na EuropaRússia diz que ação é comportamento agressivo e promete resposta.

Dez diplomatas russos são expulsos dos Estados Unidos, e grupo de pessoas e empresas é alvo de dura bateria de sanções. O governo dos Estados Unidos impôs nesta quinta-feira (15/04) uma dura bateria de sanções a um grupo de pessoas e empresas da Rússia e expulsou dez diplomatas do país em retaliação a atividades de espionagem cibernética e à ingerência em eleições americanas.

Sobre os dez membros da missão diplomática russa expulsos, o governo dos EUA apenas esclareceu que entre eles há representantes dos serviços de inteligência russos. Os Estados Unidos também sancionaram seis empresas de cibersegurança russas, as quais acusam de apoiar a inteligência do próprio país.

O governo americano culpou as agências espiãs russas Serviço Federal de Segurança, Diretoria de Inteligência e Serviço de Inteligência Estrangeira pelo grande ataque cibernético a sistemas governamentais e grandes empresas americanas através do programa SolarWinds.

Até agora, os EUA haviam apenas falado sobre suas suspeitas de que a Rússia estava por trás do ataque, supostamente iniciado em 2019, mas nesta quinta-feira garantiram que seus serviços de inteligência estão completamente seguros dessa acusação.

Os EUA também sancionaram 16 empresas e 16 indivíduos russos por supostamente interferirem nas eleições de 2020 nos EUA “sob ordens da liderança do governo russo”.

O governo Biden, em colaboração com União Europeia (UE), Reino Unido, Austrália e Canadá, também sancionou cinco pessoas, duas empresas e um centro de detenção devido à ocupação russa da região da Crimeia, na Ucrânia, e grave desrespeito dos direitos humanos da população local.

Todas as propriedades que os sancionados possam ter nos EUA estão bloqueadas, e americanos e pessoas residentes nos EUA estão proibidos de qualquer transação com as pessoas e entidades envolvidas.

Aceno de Biden a Putin

Biden já informara Putin sobre essas decisões durante a conversa por telefone que tiveram esta semana, que o presidente americano descreveu como sincera e respeitosa.

Biden acenou ao Kremlin com um diálogo. “Deixei claro ao presidente Putin que poderíamos ter ido mais longe, mas escolhi não fazê-lo. Escolhi ser proporcional”, disse o presidente americano em um discurso na Casa Branca sobre a Rússia. “Os Estados Unidos não estão procurando iniciar um ciclo de acirramento e conflito com a Rússia. Queremos uma relação estável e previsível”, disse.

O presidente americano também disse ter deixado claro o compromisso dos Estados Unidos com a integridade territorial da Ucrânia.

Biden também propôs ao presidente russo uma cúpula bilateral nos próximos meses “em um terceiro país na Europa” para discutir a relação entre os dois países, mas Putin não respondeu a essa proposta.

“Quando falei com o presidente Putin, expressei minha crença de que a comunicação pessoal e direta é essencial para avançar em direção a uma relação mais efetiva, e ele concordou”, declarou Biden. Ele disse que as duas nações poderiam lançar “um diálogo estratégico de estabilidade” para cooperar em áreas como controle de armas e segurança, “ameaças nucleares do Irã e da Coreia do Norte”, a pandemia e a crise climática.

Em resposta, a Rússia convocou o embaixador americano John Sullivan para comunicá-lo de que as sanções são um comportamento agressivo e que uma resposta da Rússia é inevitável. O Kremlin já advertira na quarta-feira que sanções não iriam ajudar na realização de uma cúpula entre Putin e Biden.

Com informações dw.com