(ANSA) – O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, deixou a mandatária da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem cadeira para sentar durante um encontro bilateral em Ancara com representantes do bloco.
Erdogan recebeu Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em seu palácio na última terça-feira (6), mas o cerimonial separou uma cadeira apenas para o segundo, embora a primeira seja mais importante na hierarquia em Bruxelas.
O líder turco e Michel se sentaram à frente de suas bandeiras, enquanto Von der Leyen ficou sem saber para onde ir, até ser acomodada em um sofá. O Conselho Europeu é o principal órgão político da União Europeia, mas seu presidente exerce mais um papel de mediador entre os interesses dos 27 Estados-membros.
Na hierarquia de Bruxelas, o cargo mais importante é o de presidente da Comissão Europeia, ocupado por Von der Leyen desde dezembro de 2019. A alemã chefia o equivalente ao poder Executivo da UE e comanda uma equipe de comissários (ministros) indicados por cada integrante do bloco.
O eurodeputado francês Raphael Glucksmann, do bloco de centro-esquerda Socialistas e Democratas (S&D), disse nesta quarta (7) que a postura de Erdogan com Von der Leyen é uma “violência simbólica” e ainda criticou Michel.
“Como Charles Michel pôde aceitar esse tratamento infligido a Von der Leyen? A violência simbólica da sequência imposta por Erdogan é uma loucura. Aceitando o lugar, o presidente do Conselho Europeu sentou-se também sobre a igualdade de gênero”, acrescentou Glucksmann.
O eurodeputado ainda postou no Twitter uma foto de um encontro entre Erdogan e os ex-presidentes Jean-Claude Juncker (Comissão Europeia) e Donald Tusk (Conselho Europeu), quando o líder turco se sentou entre os dois representantes da UE.
Já o Partido Popular Europeu (PPE), ao qual pertence Von der Leyen, afirmou que foi uma “vergonha” a chefe do Executivo do bloco não ter um lugar adequado na reunião em Ancara. “As mulheres merecem o mesmo reconhecimento de seus colegas homens”, reforçou a legenda.
Durante o encontro com Erdogan, Von der Leyen demonstrou preocupação com a saída da Turquia da Convenção de Istambul sobre a violência contra as mulheres e afirmou que o “respeito aos direitos humanos é crucial para a Europa”. (ANSA)
Com informações da Reuters