Foto: Sven Hoppe e Markus Schreiber/AFP
Uma guerra aberta para definir quem será o sucessor de Angela Merkel mobiliza os dois partidos de centro-direita que sustentam o seu governo de 16 anos. A União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU) apoiam candidatos distintos às eleições de setembro para o Parlamento alemão: Armin Laschet, o chefe do partido da chanceler, e Markus Soeder, o líder da Bavária, que preside o partido minoritário na coalizão.
Pela ordem natural, o moderado Laschet, de 60 anos, escolhido em janeiro para chefiar a CDU, seria o candidato da aliança governista. Mas vem sendo ofuscado pelo carismático Soeder, de 54, apontado recentemente numa pesquisa de opinião como o político mais popular da Alemanha.
Armin Laschet e Markus Soeder, em 2019 — Foto: Tobias Schwarz/AFP
Traduza-se por isso desafios mais imediatos como a queda da aliança conservadora nas pesquisas e a ascensão dos Verdes, em segundo lugar na disputa de setembro. E também o mau desempenho da CDU nas eleições de fevereiro passado nos estados de Renânia-Palatinado e Baden-Württemberg, redutos dos democratas-cristãos.
Os dois partidos costumam apresentar um candidato único às eleições, oriundo da CDU, dominante na coalizão. Mas, desta vez, a batalha está tensa. Após uma reunião entre as legendas nesta terça-feira, ambos os adversários não arredaram pé da convicção de ser o melhor para concorrer ao cargo de chanceler e postergaram a decisão para o fim de semana.
Assim como Laschet, a chanceler vem sendo questionada por líderes regionais pela condução da pandemia. Foi forçada, por exemplo, a recuar da decisão, que assumiu como um erro seu, de decretar o confinamento durante a Semana Santa.
A decisão será a portas fechadas, e a chanceler assegura que vai manter-se alijada do duelo. Apadrinhada em 2018 por Merkel para sucedê-la, Annegret Kramp-Karrenbauer não deu conta do recado e renunciou no início do ano, criticada por ter se aliado a populistas de direita na eleição para o estado da Turíngia. Foi rapidamente substituída por Laschet.
Por mais acirrada que seja a disputa inusitada entre os dois partidos pelo posto de herdeiro de Merkel, torna-se obrigatória obter a bênção da chanceler federal, que esteve por quatro mandatos à frente da maior economia europeia.
Com informações do G1