O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso determinou, na 5ª feira (8.abr), que o Senado instale uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para apurar eventuais omissões do governo federal no combate à pandemia.

Assista ao vídeo divulgado por Kajuru (25min55seg):

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Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de PrivacidadeTermos)

“Se você não mudar o objeto da CPI, você não pode convocar governadores. Se mudar, 10 para você, porque nós não temos nada para esconder. Olha só, o que você tem que fazer: tem que mudar o objetivo da CPI, tem que ser ampla. Covid no Brasil aí você faz um belo trabalho pelo Brasil”, disse o presidente ao senador.

Bolsonaro tem criticado o objetivo da comissão, que é investigar omissões do governo federal. Para ele, é preciso ampliar a atuação do colegiado.

Depois da fala de Bolsonaro, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), pediu para que a comissão apure também eventuais irregularidades na gestão de recursos federais destinados ao enfrentamento do coronavírus por prefeitos e governadores.

Em contato com a reportagem do Poder360, a assessoria do senador enfatizou que ele não tratou e nem tratará do tema diretamente com o presidente Jair Bolsonaro. Enviou a seguinte manifestação:

“Bolsonaro não tem moral para cobrar nada e nunca falei com ele sobre o tema. Ele trabalhou contra a CPI da Toga e contra os pedidos de impeachment de ministros. Ao logo desses mais de 2 anos, nem ele nem os senadores da base, inclusive seu filho, tiveram coragem para apresentar pedidos neste sentido. A bravura das redes sociais desaparece na vida real”.

Barroso concedeu liminar (decisão provisória) em ação movida justamente pelos senadores Alessandro Vieira e Jorge Kajuru, ambos do Cidadania. Eis a íntegra da decisão (204 KB).

“A questão do vírus, ninguém vai curar, não vai deixar de morrer gente infelizmente no Brasil. Vai morrer gente. Agora, podia morrer menos gente se os governadores e prefeitos todos que pegassem recursos aplicassem realmente em postos de saúde, hospital”, diz Bolsonaro na ligação.

Na conversa, o senador pede que Bolsonaro não diga em falas públicas que Kajuru não quer investigar governadores e prefeitos. Pede que o presidente separe “o joio do trigo”. O presidente responde que depois dessa conversa, os 2 estão “assinados”.

O chefe de Estado então diz que é favorável a fazer uma CPI ampla, mas cobra que o STF seja pressionado a ter decisão semelhante à que determinou a instalação da comissão com pedidos de impeachment de ministros.

O requerimento de instalação do colegiado estava parado na mesa de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa, que não acha que é o momento de se fazer uma investigação como essa. Da mesma forma, os pedidos de impeachment dos ministros do STF só dependem de Pacheco para serem pautados.

Senado tem ao menos 10 pedidos de impeachment contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O integrante mais visado da Corte é Alexandre de Moraes, desafeto de bolsonaristas, mas há até mesmo um pedido para retirar todos os integrantes do Supremo.

“A gente tem que fazer do limão, uma limonada. Por enquanto, é o limão que está aí, dá para ser uma limonada… tem que pressionar o Supremo para botar em pauta também o impeachment [de ministros da Corte], disse Bolsonaro a Kajuru.

O presidente ainda faz uma previsão sobre o cenário do julgamento marcado para 4ª feira (14.abr), que deve analisar a decisão de Barroso.

“Sabe o que eu acho que vai acontecer? Eles vão recuperar tudo, não tem CPI e não tem investigação de ninguém do Supremo. Eu sou a favor de botar tudo para frente.”

Com informações do Poder360