O governo belga anunciou nesta terça-feira (27) ter decidido proibir a entrada no país de viajantes procedentes do Brasil, Índia e África do Sul, com o objetivo de conter a propagação de variantes do coronavírus. A medida é válida para viagens de “avião, trem, barcos e ônibus”, indicou o gabinete do primeiro-ministro Alexander de Croo, em comunicado.
Medidas seguras
O secretário belga para Asilo e Migração, Sammy Mahdi, elogiou o anúncio do governo e disse que o objetivo não é adotar “medidas mais estritas, e sim as mais seguras”.
“Com tudo o que sabemos agora sobre as mutações do coronavírus é impossível autorizar agora estas viagens”, disse, em nota. “Os belgas ainda podem retornar para casa na Europa, mas devem passar por exames e medidas de quarentena muito estritas. Desaconselhamos enfaticamente todas as viagens”, reforçou o secretário.
Brasil na mira da UE
O Brasil entrou no radar dos países da UE desde que a quantidade diária de mortos por coronavírus ultrapassou quatro mil óbitos. A imprensa europeia deu amplo destaque ao caos no país e à falta de estratégia de combate à doença pelo governo de Jair Bolsonaro.
Vários países europeus fecharam as fronteiras para voos vindos do Brasil. Diante da ameaça da propagação de novas variantes pelo Velho Continente, alguns governos também impuseram quarentena obrigatórias a passageiros provenientes não apenas do Brasil, mas também da Índia, Africa do Sul, Argentina e Chile. No entanto, a Bélgica faz um apelo, desde 14 de abril, por uma estratégia coordenada em todo o bloco para a suspensão do tráfego aéreo com o Brasil.
Na semana passada, aumentou o temor da chegada de uma nova variante no Velho Continente com o anúncio pela Bélgica do registro de cerca de vinte estudantes indianos contaminados. Eles teriam desembarcado em Paris antes de seguir, de ônibus, para o país vizinho.
Segundo as autoridades sanitárias belgas, a variante britânica é atualmente a principal no país, sendo detectada em 86% dos testes. Em seguida, estão a mutação P1, originária de Manaus (4,9%) e a sul-africana (3,7%), de acordo com dados comunicados pela região de Bruxelas.
Com informações da AFP