O presidente da Argentina, Alberto Fernández, durante discurso anual do Estado da Nação, que marca a abertura anual do Congresso, em Buenos Aires, na segunda-feira (1º) — Foto: Natacha Pisarenko/Pool/AFP
Em discurso de instalação das sessões ordinárias no Congresso, Alberto Fernandez classificou poder como um setor politizado e com privilégios; ele já tinha apresentado no ano passado um projeto de lei para reformar o foro federal, ainda pendente de debate na Câmara dos Deputados.
“A reforma do poder judiciário em sua mais ampla dimensão também é uma demanda inadiável da sociedade em seu conjunto”, afirmou Fernández, que já tinha apresentado no ano passado um projeto de lei para reformar o foro federal, ainda pendente de debate na Câmara dos Deputados.
Peronista de centro esquerda, Fernández, que venceu as eleições presidenciais compondo uma chapa com a ex-presidente Cristina Kirchner, descartou que sua posição pretenda favorecer seu entorno político e enfatizou que corresponde à sua formação de advogado.
“Gostaria que ninguém visse rancor, nem vontade de fortalecer alguém nas minhas críticas ao sistema judiciário. Falo como o que sou, um homem que se criou no mundo do direito”, disse.
Kirchner, que é vice-presidente da Argentina e presidente do Senado, denuncia ser vítima de uma perseguição política, ao ser alvo de nove casos por suposta corrupção durante seus dois mandatos, de 2007 a 2015.
“Algum membro deste Congresso detectou a visita de juízes de cassação ao então presidente (Mauricio) Macri justamente dias antes de proferir sentenças contra seus opositores políticos e só uma voz isolada deste tribunal se ergueu pedindo explicações. O restante o amparou sob o manto do silêncio”, acusou Fernández nesta segunda.
O presidente pediu ao Parlamento para exercer um “controle cruzado” sobre o poder judiciário e anunciou que apresentará este ano uma série de projetos que tratam da Procuradoria e da Corte Suprema de Justiça.
Fernández também propôs estabelecer o julgamento de jurados para os crimes mais graves.
Politibola com informações da AFP