Foto: Reprodução da Internet

 

“Eu, não vou deixar, não vou permitir, que violem a dignidade humana de um trabalhador!”

Ele só queria dizer que estava doente e que a tropa está doente, e que a despeito dos suicídios do ano passado, ele não queria morrer.

Queria apenas ser ouvido. queria dizer que é patriota e queria ajuda para passar por essa fase difícil que todo policial está passando. Sem vacina, sem cuidado e tendo que está na frente de tudo para combater o inimigo invisível, a covid. Mas, hoje ele calou-se, não por covid, mas por fogo amigo, fogo estúpido, fogo improvável.

Hoje esse guerreiro que só queria dizer que estava doente, teve a vida ceifada por alguém que usava a mesma farda, que tinha a mesma missão que ele, mas por motivos inexplicáveis, apertou o gatilho. Nem teve longas negociações, não teve pedido da presença da mulher, nem da mãe.

Foi uma negociação de crise diferente, por que quem estava lá era um defensor da lei doente, não era um meliante frio e sarcástico. Seu tratamento foi especial…foi a morte.

Texto: Coronel José Borba / Reformado da PMPB