Last updated on setembro 19th, 2021 at 08:16 pm

 

Foto: Reprodução da Internet
Pfizer/BioNTech formou uma aliança com outras 13 empresas, incluindo algumas de suas rivais, para impulsionar a produção de sua vacina contra a covid-19. O plano é fabricar 2 bilhões de doses ainda neste ano.Após meses de negociações, uma rede de empresas foi montada, a maioria delas na Europa e com algumas das principais rivais da Pfizer, como a Novartis, a Merck e a Sanofi.

A decisão foi tomada principalmente por causa da demora enfrentada pela União Europeia em sua campanha de vacinação. Os fabricantes com os quais o bloco tem acordo, incluindo a farmacéutica AstraZeneca, não conseguirão cumprir suas metas de entrega.

“Uma aliança projetada para abalar a produção da vacina e acelerar as vacinas na Europa e em outros lugares”, definiu um porta-voz da empresa ao The Wall Street Journal.

A Pfizer desenvolveu a 1ª vacina contra a covid-19 autorizada em tempo recorde, mas sua complexa fabricação fez com que a empresa ficasse mais longe de cumprir as metas de produção. Sua vacina utiliza técnicas sofisticadas que requerem ingredientes escassos.

A BioNTech criou sua vacina baseada na tecnologia RNA mensageiro em fevereiro de 2020, e depois se uniu à Pfizer para testá-la, produzi-la e comercializá-la em todo o mundo.

Embora a empresa esteja confiante que a aliança permitirá que ela atenda à demanda, o número de parceiros, a complexidade do processo e as matérias-primas necessárias — do DNA às enzimas, sais, açúcares e vários lipídios — tornam a cadeia de suprimentos com mais risco de escassez.

Além disso, a Pfizer tem uma dificuldade extra para a sua logística. O armazenamento dos imunizantes tem que ser feito a temperaturas baixíssimas, de -70ºC. Dessa forma, são necessários refrigeradores extremamente potentes.

A vacina foi autorizada para ser usada na Europa e nos EUA em dezembro, depois que testes mostraram que ela era altamente eficaz na prevenção de infecções em adultos. Na 5ª feira (11.mar.2021), um estudo de Israel mostrou o imunizante foi 94% eficaz em evitar a transmissão assintomática.

Sob seu acordo original, a BioNTech, que detém os direitos de comercialização da vacina, fornece para Alemanha, China e Turquia, enquanto a Pfizer cobre o resto do mundo.

Até agora, a BioNTech e a Pfizer venderam 500 milhões de doses para a UE, 300 milhões para os EUA, 120 milhões para o Japão, 110 milhões para a China e seus territórios, 40 milhões para o Reino Unido e 20 milhões para o Canadá.

Milhões de doses também foram vendidas em contratos não revelados com o Oriente Médio e outros países, e 40 milhões foram vendidas à Covax, uma iniciativa internacional para fornecer vacinas aos países em desenvolvimento.

O co-fundador e executivo-chefe da BioNTech, Ugur Sahin, disse que percebeu no 2º trimestre do ano passado que sua parceria com a Pfizer não seria suficiente para atender à demanda global.

Em outubro, ele e outros executivos da BioNTech abriram negociações com outras empresas, semanas antes de a Pfizer e a BioNTech divulgarem os dados finais de seus testes em estágio final, mostrando que a vacina era mais de 90% eficaz na prevenção de infecções.

Dias depois, as empresas notificaram autoridades dos EUA e de outros países que reduziriam a meta de entrega para 2020 de 100 milhões para apenas 50 milhões. Para os EUA, isso significava que a Pfizer entregaria apenas 20 milhões em vez de 40 milhões de doses até dezembro.

Sierk Poetting, diretor de operações da BioNTech, disse que a experiência demonstrou à BioNTech a urgência de lançar uma nova aliança de fabricação, a fim de cumprir compromissos na Europa e em outros mercados.

Com informações do Poder360