A madrugada desta segunda-feira, 8, foi marcada por novos protestos e enfrentamentos entre a polícia e manifestantes no Paraguai, onde a população pede a renúncia do presidente por má gestão da pandemia. Um grupo tentou forçar a entrada da residência presidencial em Assunção, e ao menos oito pessoas foram presas.
Já no fim da tarde de domingo, centenas de pessoas iniciavam o terceiro dia de atos nas imediações da residência presidencial, cuja segurança recebeu reforço da Polícia Nacional. Ao longo da noite, as ruas da capital se encheram de manifestantes, em sua maioria pacíficos.
Os confrontos começaram, porém, depois que um grupo avançou contra os policiais que cercavam a residência presidencial, atirando pedras. As forças de segurança reagiram, disparando tiros de borracha. Ao menos oito pessoas foram detidas, mas liberadas em seguida.
Os manifestantes se dispersaram por volta das 2h da madrugada, mas novos protestos foram marcados para a noite desta segunda.
As manifestações começaram na sexta-feira 5 contra a má gestão da pandemia pelo presidente Mário Abdo Benítez. O Paraguai, que registrou o primeiro caso de coronavírus há exatamente um ano, relatou até agora e 166.969 infecções e 3.294 mortes por Covid-19. Nas últimas semanas, houve um aumento constante no contágio, o que levou a rede de saúde a um colapso.
Outro ponto de crítica dos manifestantes é a campanha de vacinação contra o vírus no país. Até agora, chegaram apenas 24 mil doses ao território paraguaio, todas destinadas aos trabalhadores da área da saúde.
Demissões
No sábado 6, Abdo Benítez fez um pronunciamento pedindo união e respeito aos protocolos de segurança, ao mesmo tempo em que anunciou uma reforma ministerial em seu governo. Entre os titulares de cargos substituídos estão os ministros da Saúde e Educação, o chefe de gabinete do presidente e a ministra da Mulher.
O ministério da Saúde era ocupado de forma interina por Julio Borba, que substituiu na última sexta Julio Mazzoleni. O ministro renunciou sob a pressão dos protestos do sindicato dos enfermeiros e das famílias dos pacientes de Covid-19 devido à falta de suprimentos e medicamentos.
Nesta segunda serão emitidos os decretos com a nomeação dos quatro novos substitutos. Entretanto, o ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio, afirmou que não descarta novas mudanças no governo.
Politibola com informações da EFE