Americano deixa flores nesta terça-feira (23) em homenagem a vítimas de massacre no Colorado, nos EUA. — Foto: REUTERS/Alyson McClaran

Dezoito mortos em dois massacres com intervalo de apenas uma semana fizeram o presidente Joe Biden não querer esperar “nem mais um minuto” para lidar com a violência armada nos EUA. Relegada inicialmente a segundo plano pela pandemia do novo coronavírus, a promessa de controle de armas foi renovada pelas tragédias na Geórgia e no Colorado.
Biden pede para Congresso americano agir para evitar perdas de vidas no futuro

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O momento é favorável para Biden pressionar o Congresso pela reforma da política de armas (pela primeira vez em uma década, os democratas controlam a Casa Branca, a Câmara e o Senado) ou agir por conta própria, assinando ordens executivas que acelerem as medidas mais rígidas.

O presidente diz que o controle de armas não pode ser uma questão partidária. Mas é. O tema expõe as diferenças ideológicas entre as duas legendas. Faz parte da agenda democrata há pelo menos 25 anos, vivenciada de perto por ele como senador. Biden foi um dos autores da proibição de armas semiautomáticas e carregadores de alta velocidade, aprovada em 1994 e expirada dez anos depois.

Como vice-presidente de Obama, recebeu a missão de enviar ao Congresso um pacote de medidas para o controle de armas de fog, após o massacre de 20 crianças e seis adultos na Escola Sandy Hook, em Connecticut. Porém, diante da resistência republicana, Obama reduziu as expectativas, agindo por conta própria com ordens executivas de pouco efeito.

Nos últimos quatro anos, o sucessor, Donald Trump, alimentou a base eleitoral, propagando a defesa da Segunda Emenda e a mensagem da NRA, que, em 2016, gastou mais de US$ 30 milhões em sua campanha. Como presidente e obcecado pelo controle das armas, Biden preferiu reduzir, primeiro, os efeitos da pandemia de Covid-19 no país para retomar o tema.

E o fez de forma contundente, apelando ao Senado para acelerar a aprovação de dois projetos de lei que estendem as verificações de antecedentes a todas as compras de armas, incluindo vendedores privados ou não licenciados. A ratificação precisa do aval de 60 dos 100 senadores. O número máximo já obtido no assunto foi 54. Por isso, seus assessores também preveem ações executivas.

Com informações da Reuters