Os estados e o Distrito Federal planejam compras conjuntas de vacinas contra a covid-19, sem intermédio do Ministério da Saúde. Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), informou à coluna do UOL, nesta terça-feira (2), 18 governadores visitarão, em Brasília, a sede da empresa União Química, que representa no Brasil a vacina russa Sputnik V.
“Não haverá a formalização de um consórcio. Nossa ideia é comprar cotas proporcionais à população de cada estado. Nenhum estado comprará mais do que o equivalente ao percentual de sua população. Sempre que comprarmos, haverá uma distribuição equitativa de doses. E cada estado pagará a sua cota, fazendo um contrato com o laboratório.”.
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O movimento é uma reação ao presidente Jair Bolsonaro, que criticou medidas restritivas adotadas para tentar conter o avanço do coronavírus e acusou os governadores de “fechar os estados”.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou os estados, os municípios e o DF a importar e distribuir vacinas contra a Covid-19, registradas por pelo menos uma autoridade sanitária estrangeira, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não observe o prazo de 72 horas para a expedição da autorização.
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Casagrande explicou que 27 governadores estão comprometidos com a compra coletiva. Eles devem se reunir ainda com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Em um ano de pandemia, o país vive o pior momento. O governador do Espírito Santo lamentou o comportamento de Bolsonaro.
“Hoje, temos 20 estados com dificuldades de atender às pessoas que precisam de UTI. E o presidente, na semana do pior momento da pandemia, dá uma declaração menosprezando as máscaras. Não é fácil. Por isso iremos a Brasília. Já fizemos uma reunião com o Rodrigo Pacheco [presidente do Senado]. Estamos pedindo para que seja nesta terça-feira a reunião com o Arthur Lira”.
Na avaliação de Casagrande, o Brasil foi derrotado pela covid-19.
“Perdemos a guerra. Se tivéssemos fechado contratos para a aquisição de vacinas antecipadamente poderíamos ter muito mais doses. Perdemos a guerra porque estamos assistindo à morte de 1.200 pessoas, 1.300 brasileiros por dia. É uma bomba atômica. É como se tivesse caído uma bomba atômica no Brasil. Temos mais de 250 mil mortos. É muita gente”, disse referindo-se aos ataques sofridos pelo Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, quando se calcula que as bombas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki tenham deixado cerca de 210 mil mortos.
Politibola com informações do Yahoo