Juan González, assessor de América Latina no Conselho de Segurança Nacional, e Ricardo Zúñiga, enviado especial do Departamento de Estado para o Triângulo Norte centro-americano, assinalaram que o combate à corrupção é fundamental para garantir a estabilidade e prosperidade em Guatemala, El Salvador e Honduras, origem da maioria dos migrantes que chegam à fronteira sul dos Estados Unidos.
– ‘Decepcionante’ –
A ideia de uma força-tarefa contra a corrupção surgiu após a dissolução da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) e a Missão de Apoio contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras (Maccih). Criada em 2006, após um acordo entre a ONU e o governo de Oscar Berger, a Cicig funcionou até 2019. Já o mandato da Maccih, fundada em 2016 por um convênio entre a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo de Juan Orlando Hernández, foi rescindido em 2020.
Ricardo Zúñiga destacou que a Comissão Internacional contra a Impunidade em El Salvador (Cicies), selada entre a OEA e o governo de Nayib Bukele em 2019, “é uma ferramenta que ajuda a fortalecer o Estado de Direito”.
A força-tarefa regional apoiaria promotores comprometidos com a justiça, mas que estão sozinhos nesse esforço, explicou Juan González. Os Estados Unidos também aplicariam as “ferramentas” das quais dispõe para combater a corrupção, como a suspensão de vistos e o congelamento de ativos de indivíduos envolvidos em violações dos direitos humanos e lavagem de dinheiro do narcotráfico, assinalou.
González destacou a necessidade de lutar contra a corrupção para criar um ambiente favorável aos investimentos, assunto sobre o qual Biden e o colega da Guatemala, Alejandro Giammattei, conversaram e sobre o qual estão de acordo.
Ricardo Zúñiga lembrou que o respeito ao Estado de Direito é central para que exista “dignidade, segurança e prosperidade” para os centro-americanos em seus países. Ele viajou esta semana ao México com González e Roberta Jacobson, coordenadora da Casa Branca para a fronteira sudoeste, a fim de discutir com autoridades locais “uma colaboração mais estreita” para promover o desenvolvimento na América Central e no sul do México, onde, segundo Zúñiga, existem “problemas estruturais”.
“Foi uma conversa produtiva, construtiva e colaborativa. Os interesses dos Estados Unidos e do México estão alinhados no tema migratório, já que muitos migrantes também permanecem no México”, disse González.
Com informações do