Representantes das empresas brasileiras de turismo e eventos pediram na ultima sexta-feira, 26 atenção especial do governo federal ao setor, que precisou interromper suas atividades em razão da pandemia de Covid-19 no Brasil. Uma videoconferência promovida pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados colocou as empresas em contato com o Ministério da Economia e com bancos federais.
Magda Massar, da Associação Brasileira de Agências de Viagens, contou na reunião que o faturamento do setor caiu quase 60% em 2020 e neste ano está próximo de zero.
“Peço que olhem para os nossos dados, o nosso setor, o nosso agenciamento. A nossa empregabilidade é altíssima. A recuperação do setor provavelmente não acontece este ano. A gente sabe que a vacina é fundamental para o setor. ”
Doreni Caramori Jr., da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, acrescentou que desde eventos pequenos, como casamentos e aniversários, até os corporativos, como feiras e congressos, e os esportivos e de entretenimento, tudo foi cancelado.
“O setor de eventos foi impactado frontalmente. Fomos impactados de maneira bastante expressiva com o fechamento das atividades. Temos hoje cerca de 97% das empresas completamente paralisadas. Quantificamos cerca de 400 mil demissões e o fechamento de 1/3 das organizações: 24 mil empresas que faliram ou mudaram de ramo. ”
A demanda do setor de turismo contou com o apoio do deputado Newton Cardoso Jr (MDB-MG).
“Precisamos olhar primeiro para a manutenção dos empregos, precisamos olhar para a história dessas empresas, olhar para que elas possam sair do mar de lama que vive hoje. ”
Os representantes do governo, da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do BNDES que participaram da audiência destacaram ações como o Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, criado em 2020, além de linhas de crédito emergenciais para os micro e os pequenos empresários. Falaram também em aumento do prazo de carência e revisão de condições.
Reconheceram, por outro lado, a dificuldade em ofertar crédito para um setor que não oferece garantias de pagamento neste momento. Foi o que explicou Antônia Tallarida, do Ministério da Economia.
“É vontade do banco estender os prazos dessas operações, mas isso precisa ser negociado caso a caso, cliente a cliente. ”
Jaime Daniel da Silva, da Caixa, lembrou que o banco contratou próximo a R$ 16 bilhões do Pronampe, o que representou aproximadamente 40% do valor total contratado por meio do programa.
“Com relação à prorrogação da carência das operações do Pronampe, estamos em fase final para ofertar aos clientes. Não será aplicada automaticamente e não será prorrogado o prazo para a operação definido em lei, que é de 36 meses. O que está autorizado aos bancos negociar com seus clientes é uma dilatação do prazo de carência para até 11 meses. ”
Magda Massar, representante das agências de viagem, e Doreni Caramori Jr., do setor de eventos, reconheceram a importância do Pronampe e das linhas emergenciais, mas reclamaram que tais ações são insuficientes e muitas vezes não chegam à ponta.
Por sua vez, o presidente da Comissão de Turismo, deputado Bacelar (Pode-BA), pediu ao governo e aos bancos que as reivindicações apresentadas na reunião sejam bem acolhidas e estudadas.
Com informações da Rádio Câmara