Além disso, só poderão se apresentar nas eleições quem tiver mais de 35 anos, com mais de 25 anos de residência permanente na Rússia, sendo vetado o direito a quem tem dupla nacionalidade ou já teve passaporte de outra nação no passado.
Atualmente, a Presidência na Rússia é de seis anos com direito a reeleição. Com a lei em vigor, os dois últimos mandatos de Putin não serão contados e ele poderá participar do novo pleito novamente em 2024 e, se ganhar, em 2030. Ao todo, o ex-agente da KGB poderá ficar no poder por 32 anos, ultrapassando o governo do ditador soviético Josef Stalin, que governou o país de 1922 até sua morte, em 1953.
Putin retirou-se no final do segundo mandato em 2008, sendo substituído pelo seu ex-primeiro-ministro Dmitri Medvedev. Após um período de quatro anos, voltou à Presidência em 2012.
Além do sobrevida que a reforma dará a Putin no poder, ela também altera regras para cargos importantes no governo, proíbe o casamento de pessoas do mesmo sexo, aumenta o salário mínimo e introduz uma breve menção a Deus na Constituição.
O projeto ainda precisa ser aprovado pelo Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento, e então sancionado por Putin.
O referendo foi aprovado por 78% dos eleitores, com comparecimento às urnas de cerca de 70%. A oposição, centralizada na figura de Alexei Navalny, acusa o presidente de manipular o resultado para expandir seu domínio do país.
“Esses resultados são falsos e mentirosos”, disse Navalny à época. “Eles não representam a opinião dos cidadãos russos”.
Apenas a região Autônoma Nenets Okrug (NAO) disse não à mudança, com cerca de 55% dos votos. Outras regiões, também distantes da capital Moscou, tiveram resultados contrários expressivos. O Kremlin, porém, não viu a situação nessas regiões como “dramática”, segundo a agência de notícias semi-estatal Interfax. O governo avaliou que o resultado reflete o descontentamento da população com questões locais.
Em regiões nas quais os governos locais são praticamente porta-vozes do Kremlin, Putin confirmou o favoritismo. Na Chechênia, que é governada pelo autocrata e defensor do presidente russo, Ramzan Kadyrov, e na Sibéria, 97% dos eleitores deram aval para a reforma constitucional.
Com informações da msn