Alexei Navalny conversa com advogados durante audiência em tribunal de Moscou, capital da Rússia, nesta terça-feira (2) — Foto: Moscow City Court via AP
As manifestações começaram no dia 23 de janeiro. Depois da condenação de Alexei Navalny, na terça-feira, mais de mil pessoas foram presoas.
Após a condenação de Alexei Navalny, na terça-feira (2), mais de mil pessoas foram presas em protestos a favor do ativista na Rússia, de acordo com dados desta quarta-feira (3) da ONG OVD-info, que monitora as prisões.
Desde que começaram as manifestações a favor do ativista, mais de 10 mil pessoas já foram detidas.
A Justiça da Rússia condenou Navalny a dois anos e seis meses em detenção. Assim que a pena foi anunciada, começaram as marchas pelo país, principalmente em Moscou.
Mais de 5 mil pessoas são presas na Rússia após segundo fim de semana de protestos
O ativista foi preso em 17 de janeiro assim que desembarcou na Rússia, após passar meses na Alemanha se recuperando de um envenenamento pelo agente químico novichok. Navalny, que se contaminou com a substância em agosto na região russa da Sibéria, acusa o governo de Vladimir Putin de estar por trás da tentativa de envenenamento. O presidente nega.
Ele já havia sido condenado em 2014 por fraude –um processo que, segundo o próprio Navalny, tinha motivação política.
Mais de 10 mil presos até o momento
Poucos dias depois de sua detenção, começaram as manifestações na Rússia. Mais de 10 mil pessoas foram detidas desde o início dos atos de rua, em 23 de janeiro, segundo a OVD-Info.
A presidência afirmou, nesta quarta, que a repressão às manifestações é justificada, porque os atos públicos representam uma ameaça à segurança.
“Os apelos a ações não autorizadas constituem uma provocação “, disse o porta-voz do governo, Dmitry Peskov.
Tratamento degradante dos detidos
A organização OVD-Info, especializada em monitorar as manifestações, também denunciou o tratamento degradante a que são submetidos os detidos.
Muitos manifestantes foram amontoados em ônibus “em condições terríveis e sufocantes, sem comida e sem poder ir ao banheiro por horas”, disse Grigori Durnovo, responsável por esta ONG, à rádio Echo Moscou.
Além disso, é “muito difícil para advogados e juristas o acesso às delegacias. Não os deixam entrar, é algo sistemático”, acrescentou Durnovo.
Serviço militar obrigatório
Com o objetivo de dissuadir os manifestantes, as autoridades russas alertaram que verificariam se os detidos cumpriram o serviço militar obrigatório.
Muitos países do mundo condenaram a prisão e condenação de Alexei Navalny, bem como a repressão às manifestações, dando origem a novas tensões entre a Rússia e as potências ocidentais.
Moscou rejeita críticas e denuncia a interferência estrangeira em seus assuntos internos.
Politibala com informações do G1