Rodrigo Maia chora em seu último discurso como presidente da Câmara/REPRODUÇÃO/TV CÂMARA

Entre lágrimas e ostentando olheiras profundas, democrata declara encerradas as brigas do processo sucessório. Postura oposicionista deve ser mantida e pode determinar até troca de partido

Após quarenta dias de embates e negociações que racharam partidos e dividiram a Câmara como em poucas ocasiões, Rodrigo Maia desembarcou do posto que o projetou como um dos mais importantes players da arena política brasileira sem futuro certo e sob a sombra da traição do próprio DEM. Político de parcos votos e pouca popularidade, o economista de visão liberal fez do seu último discurso uma peça de defesa da redução da desigualdade social, bandeira típica da esquerda e ausente da plataforma de seu partido.

Entre as centenas de projetos votados pela Câmara durante sua gestão, Maia destacou o mais representativo em tempos de pandemia: o orçamento de guerra. E chamou para o Legislativo a autoria da medida que permitiu o socorro financeiro aos mais pobres no momento mais grave da crise do coronavírus. E defendeu igualdade principalmente no direito à vida, ao mencionar as chances de sobrevivência entre pacientes de Covid naBs UTIS de hospitais particulares, de 70% e os dos hospitais públicos, de 35%.

Rodrigo Maia agora tem lado. O jovem de cara amarrada que chegou à Câmara sob a sombra do pai, César Maia, amadureceu na dificuldade de uma gestão limítrofe, e agora sai do centro das atenções para descer à planície. Seus pares e eleitores observarão se serão mantidos os compromissos que assumiu nos últimos tempos, assim como a coerência com essa trajetória.

Politibola com informações do R7