Cúpula de líderes mundiais foi solicitada pelo premiê britânico Boris Johnson. Reunião pode servir como teste para avaliar as relações entre EUA e China.
Auditório da ONU para Assembleia Geral — Foto: GloboNews/Reprodução
Convocada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a sessão será realizada por videoconferência e acontece poucos dias depois de os Estados Unidos do governo Joe Biden terem voltado, formalmente, ao Acordo de Paris sobre o Clima.
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Johnson, cujo país agora detém a presidência rotativa do conselho, falará no fórum, assim como o responsável americano pelo Clima, John Kerry; o presidente francês, Emmanuel Macron; o ministro chinês das Relações Exteriores; Wang Yi; e primeiros-ministros de Irlanda, Vietnã, Noruega e outros países, disseram fontes diplomáticas.
“Vamos observar como os chineses se posicionam em relação aos americanos”, disse a fonte consultada pela AFP.
Sede do Programa Mundial de Alimentos da ONU, em Roma, em imagem de 9 de outubro de 2020 — Foto: AP
“Antes, sabia-se de antemão que os russos e os chineses diriam imediatamente que (a mudança climática) ‘não tem nada a ver’ com os assuntos do Conselho”, afirmou.
Hoje, porém, “os chineses são mais propensos a estarem ligeiramente abertos a essa discussão”, o que “deixa os russos bastante sozinhos”.
Moscou não vê a mudança climática como um tema global que deva ser abordado pelo Conselho de Segurança e prefere tratar dessas questões caso a caso, disseram diplomatas à AFP.
A reunião de terça-feira “se concentrará nos aspectos de segurança da mudança climática”, apontou um outro embaixador, também sob a condição de anonimato.
Alguns membros não permanentes do Conselho, como Quênia e Níger, expressaram claramente suas preocupações com o impacto das mudanças climáticas na segurança nacional.
Outros não querem “transformar o Conselho de Segurança em outro órgão que se ocupa apenas de questões mais amplas em torno de finanças, adaptação, mitigação e negociações”, explicou o segundo embaixador.
Logo da ONU é visto em janela de salão vazio da sede da Organização durante debate virtual da Assembleia Geral, em Nova York, na segunda-feira (21) — Foto: Reuters/Mike Segar
“Tanto China quanto Rússia, mas não apenas eles, são reagentes a que o Conselho de Segurança discuta sobre a mudança climática e suas implicações”, disse um terceiro embaixador, que descartou a possibilidade de que o organismo da ONU adote uma declaração conjunta neste momento.
“China e Rússia acham que não tem a ver com paz e segurança”, apontou o embaixador. “E não querem que o Conselho de Segurança tome decisões sobre opções econômicas”, completou.
Temas como “desertificação, movimentação populacional e competição pelo acesso a recursos” estão ligadas ao aquecimento global e, portanto, têm a ver com segurança, defendeu outro diplomata.
Politibola com informações da Reuters