Foto: Laura Lean/Pool/AFP
Shamima Begum, que fugiu aos 15 anos de casa para se juntar ao Estado Islâmico, está atualmente em um campo de refugiados na Síria.
A Suprema Corte da Grã-Bretanha decidiu, nesta sexta-feira (26), que a britânica Shamima Begum não pode mais voltar ao país em que nasceu. Ela perdeu seu direito de cidadania por se unir, quando era adolescente, ao grupo extremista Estado Islâmico na Síria.
Os juízes votaram, por unanimidade, para manter a posição do governo de Boris Johnson, que tentava impedir seu retorno alegando motivos de segurança nacional.
Atualmente com 21 anos, Begum – que nasceu e morava em Londres – abandonou sua casa quando tinha 15 anos para viajar para a Síria com duas colegas de escola, em 2015.
No país, ela se casou com um combatente do EI, um extremista holandês oito anos mais velho que ela.
Quatro anos depois da fuga, ela disse em entrevista ao jornal “The Times” não se arrepender de ter viajado para a Síria.
Por conta da repercussão negativa do caso, o Reino Unido retirou o passaporte de Begum.
Relembre o caso neste VÍDEO de 2019
‘Ameaça permanente’
O advogado da jovem, David Pannick, argumentou que o governo britânico não poderia supor – apesar de todo o histórico de Begum e sua relação com o EI – que ela representa uma ameaça permanente ao país.
A jovem está atualmente em um campo de refugiados do nordeste da Síria, depois de desertar do EI.
Begum diz que a decisão de revogar sua cidadania é ilegal, isso porque, ao transformá-la em apátrida (pessoa sem cidadania alguma), ela foi exposta a riscos e a um tratamento desumano e degradante.
O governo britânico sustenta que ela pode optar por outra cidadania, a de Bangladesh, país de nascimento de seus pais.
Mas o ministro das Relações Exteriores de Bangladesh já rejeitou qualquer possibilidade de concessão da cidadania para a jovem.
Politibola com informações da France Presse