O opositor russo Alexei Navalny compareceu hoje em tribunal, acusado de ter violado uma ordem judicial, caso que pode atirar para a prisão por vários anos, apesar da pressão ocidental e do movimento de protesto na Rússia.
Atualmente detido, Navalny foi levado para uma gaiola de vidro reservada para o arguido pouco antes de o tribunal declarar aberta a audiência, por volta das 11h20 locais (08:20, em Lisboa).
Do lado de fora, pelo menos 20 pessoas foram detidas pela polícia depois de aliados do opositor terem convocado um protesto, proibido pelas autoridades, em frente ao tribunal.
A audiência acontece após duas semanas de protestos de apoio a Navalny em toda a Rússia, que resultaram em milhares de detenções.
O opositor de 44 anos, que sobreviveu no ano passado a um envenenamento do qual acusa o presidente russo, Vladimir Putin, foi preso em 17 de janeiro ao regressar ao país depois de cinco meses em recuperação na Alemanha.
O seu envenenamento e a sua posterior detenção desencadearam o maior protestos na Rússia nos últimos anos e levaram a novas tensões entre o país e o ocidente, sendo o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, esperado em Moscou na sexta-feira.
A presidente em exercício da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Ann Linde, manifestou hoje ao homólogo Sergey Lavrov, em Moscou “a preocupação da Suécia e da União Europeia com a deterioração na área da democracia e dos direitos humanos na Rússia”.
A contestação na Rússia acontece também alguns meses antes das eleições legislativas marcadas para o outono, num contexto de queda na popularidade do partido governante Rússia Unida.
As autoridades dizem que Navalny deveria ser preso por violar repetidamente o controle judiciário imposto como parte de uma sentença suspensa de três anos em meio em 2014 num caso de sequestro, denunciado pelo Tribunal Europeus dos Direitos Humanos.
Alexei Navalny, que já cumpriu parte da pena em prisão domiciliar, corre o risco de cerca de dois anos e meio de prisão.
Para os partidários do opositor, o presidente russo procura afastar permanentemente o seu detrator número um.
“É senso comum o que está a acontecer hoje no tribunal: Putin atira Navalny para a prisão porque ele sobreviveu ao assassínio”, escreveu no Twitter um dos seus colaboradores, Leonid Volkov.
Politibola com informações da Agência Brasil