Foto: MICHAEL DANTAS / STR

Trabalhos de sequenciamento genético do novo coronavírus conduzidos pela Fiocruz Amazônia indicam que a nova linhagem do Sars-CoV-2 identificada em japoneses que estiveram no Amazonas, é inédita, tem origem no estado e pode ser mais infecciosa do que as demais linhagens que circulam no Brasil.

As informações foram divulgadas pelo UOL. Em entrevista ao portal, o pesquisador da instituição Felipe Naveca afirmou que a variante, identificada como B.1.1.28, sofreu uma série de mutações na chamada proteína spike, responsável pela infecção do patógeno nas células humanas.

De acordo com Naveca, as alterações identificadas no Japão foram comparadas com sequenciamentos de variantes identificadas no Amazonas entre abril e dezembro. A B.1.1.28 é a mais recorrente nesse período, identificada em 47% das amostras, mas há mudanças expressivas. O pesquisador afirma que há semelhanças com as variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul, mas sublinha que as mutações trazem indícios de que se trata de uma variação brasileira.

O pesquisador da Fiocruz Amazônia relatou ainda que uma pesquisa independente conduzida pela parceria entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Oxford (Reino Unido) chegou às mesmas conclusões “simultaneamente”. A definição em torno de uma nova variante brasileira, no entanto, depende de curadoria internacional e de estudos mais aprofundados, ainda segundo Naveca.

O Amazonas enfrenta uma alta no número de casos e óbitos pela Covid-19. O número de inernações no início de janeiro, por exemplo, já superou o total de hospitalizações registradas durante todo o mês de dezembro do ano passado, quando 1.371 pessoas foram internadas com a doença. Segundo o consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, UOL, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o estado soma 216.112 infectados e 5.756 vítimas fatais.

Na entrevista ao UOL, Naveca afirma que é cedo para concluir se o novo surto amazonense guarda relação com a B1.1.28, uma vez que o estado pode estar sofrendo os reflexos dos protestos de dezembro contra o fechamento do comércio e das aglomerações em festas de fim de ano.

Politibola com informações do Extra
Por Ailton Cavalcanti