Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), afirmou, nesta segunda-feira (11/01), que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está “perdendo a mão” nas críticas contra o governo. O general caracterizou como uma “briga de rua” as rusgas entre o líder da Casa Legislativa e o presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi dada à Rádio Gaúcha.
“Eu tenho apreço pelo deputado Rodrigo Maia, pela trajetória política dele, mas, nitidamente ele está perdendo a mão. Parece que esse final de período dele aí, de cinco anos como presidente da Câmara, está mexendo aí com a cabeça dele, em consequência das declarações que são totalmente fora de propósito, que não contribuem e não constroem nada em termos de política no nosso país. É pura e simplesmente uma briga de rua.”
A mudança de tom, justificou Mourão, se deve à briga pela presidência da Câmara. “Julgo que é essa questão da disputa da presidência da Câmara, onde ele tem um candidato e o nosso governo tem outro candidato, e uma derrota do grupo do deputado do Rodrigo Maia o deixaria numa posição desvantajosa. Acho que isso leva a que ele tenha algumas atitudes que, na minha visão, não são as mais corretas, nem as mais elegantes”, observou.
No último sábado (9), Maia chamou o presidente de covarde. “Bolsonaro é covarde”, escreveu Maia ao compartilhar uma notícia segundo a qual Bolsonaro teria culpado o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pelo atraso da vacinação no Brasil. Horas depois, em nova publicação, Maia escreveu: “Bolsonaro: 200 mil vidas perdidas até agora. Você tem culpa”.
Na sexta-feira, Maia e Bolsonaro protagonizaram um embate em torno da disputa pela principal cargo da Câmara. O atual presidente da Casa quer emplacar Baleia Rossi (MDB-SP) como seu sucessor, enquanto o Planalto apoia Arthur Lira (Progressistas-AL).
Bolsonaro atacou Maia pela aliança feita com o PT em prol da candidatura de Baleia Rossi — ao todo, 11 partidos integram o bloco de apoio ao emedebista. O chefe do Executivo comparou Maia e o PT com a união de água e óleo. Em seguida, corrigiu, dizendo que na verdade, os dois são farinha do mesmo saco.
“O Rodrigo Maia, quando votou pela cassação da Dilma, deu um voto criticando o PT, que perseguiu o pai dele, que era prefeito, e deu um voto firme, objetivo, apontando que o PT era a maior desgraça do mundo. Hoje, ele está junto ao PT nas eleições da Presidência da Câmara. Então, pelo poder, água e óleo se misturam. Se bem que aí, não acho que é água e óleo não. São duas coisas muito parecidas”, alfinetou.
Em resposta, o presidente da Câmara disse “não se surpreender” com as críticas do chefe do Executivo. “Só compreendem o nosso gesto aqueles que defendem a democracia antes de tudo”, afirmou.
Politibola com informações do
Por Ailton Cavalcanti