Projeções apontam que Rebelo terá entre 57% e 62% dos votos, o que elimina a necessidade de um segundo turno, de acordo com a emissora RTP e o jornal “Diário de Notícias”, que citam sondagem da Universidade Católica.

Já a SIC Notícias teve uma sondagem própria, realizada por ICS/ISCTE/GFK Metris, que indica de 55,5% a 60,5% dos votos para o atual presidente.

Rebelo, de 72 anos, chegou a sofrer uma queda nas pesquisas de intenção de voto, especialmente após o agravamento da pandemia de Covid-19 no país nas últimas semanas.

Mas, aparentemente, funcionou seu apelo para que se evitasse mais três semanas de campanha, levando a decisão a um segundo turno, e os eleitores acreditaram em sua promessa de transformar o combate ao coronavírus em prioridade máxima.

A socialista Ana Gomes aparece como a segunda mais votada, com 13% a 16%.

O populista André Ventura, do partido de extrema-direita Chega, fica em terceiro lugar, com 9% a 12%. Ventura, de 38 anos, abusou de comentários misóginos contra suas duas rivais mulheres na disputa e fez duras ameaças às minorias, principalmente contra ciganos.

Sete candidatos concorriam à presidência, mas havia oito candidatos no boletim de voto. Isto porque que um dos concorrentes, Eduardo Baptista, o primeiro da lista, não se qualificou, mas acabou incluído na versão final do documento. Os boletins foram impressos antes da Comissão Nacional Eleitoral dar seu parecer sobre a regularização das candidaturas, de acordo com a RFI.

Em Portugal, o chefe de Estado não tem poder executivo, mas pode dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas em caso de crise política. Rebelo de Sousa conviveu até agora sem maiores atritos com o primeiro-ministro socialista, António Costa, que deu apoio oficioso à sua reeleição.

Eleitor segura cédula de eleição presidencial em posto de votação em Lisboa, no domingo (24) — Foto: AP Photo/Armando Franca

Eleitor segura cédula de eleição presidencial em posto de votação em Lisboa, no domingo (24) — Foto: AP Photo/Armando Franca

Abstenção

O medo da Covid-19 provocou um grande índice de abstenção, mas não um recorde, como chegou a ser previsto. O número de eleitores a comparecer aos centros de votação ficou abaixo do registrado em 2016, mas acima do número de 2011. O voto não é obrigatório em Portugal.

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até às 16 horas, 35,44% dos eleitores tinham votado. Nas últimas eleições presidenciais, em 24 de janeiro de 2016, à mesma hora, esse número era de 37,69%. Em 2011, foi de 35,16%.

No total, a estimativa era de que 60% a 70% dos eleitores desistissem de votar, mas esse número pode ter sido entre 50% e 69%, segundo as projeções.

Pandemia

O país de 10 milhões de habitantes está passando por um grave surto de pandemia desde o final de 2020, quando regras de distanciamento e prevenção foram relaxadas no período de Natal, com a maior média anual de novos casos e mortes per capita em sete dias.

As autoridades relataram um número recorde diário de 274 mortes e mais de 15.300 novos casos no sábado (23), com fila de ambulâncias por várias horas em hospitais lotados.

Já o governo de Portugal identificou na sexta-feira (22) o primeiro caso de infecção por coronavírus ligado a uma variante sul-africana, outra das mutações recentes do Sars-Cov-2 apontada como de alta transmissão.

Politibola com informações do G1
Por Ailton Cavalcanti